O ruralismo ampliou o raio de suas táticas anti-indígenas, em nosso país. Continua determinado a impedir as demarcações e a invadir e explorar as terras indígenas. A tentativa de legalizar o arrendamento destas terras é um forte indicativo de que estão também empenhados em tomar dos povos a posse das mesmas.
A bancada ruralista é o principal sujeito político do agronegócio e conduz, visivelmente, a estratégia do setor. É composta por parlamentares de diferentes partidos e regiões do país. No entanto, deputados que fazem parte do núcleo duro da bancada são provenientes da região sul do Brasil. Nesta região, a última fase de desterritorialização indígena, ocorrida por volta de meados do século XX, se deu fundamentalmente por meio da tática do arrendamento das terras dos povos, especialmente dos Kaingang.
Cabe aos próprios povos, por evidente, a reflexão sobre sua história e as decisões acerca de seus projetos de futuro. Nesse caso cabe-nos demonstrar e alertar que o arrendamento é mais uma tática de desterritorialização indígena e que a mesma faz parte do projeto ruralista de morte aos povos originários.
*Cleber César Buzatto é Secretário Executivo do Cimi.
Fonte: CIMI
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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