INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Em greve desde 10 de junho, eles lutam para reaver as perdas dos salários congelados desde 2006.
Diante do veto presidencial ao PLC 28/15 que foi aprovado pelo Congresso Nacional e que previa a recomposição salarial média de 56% para os servidores do Judiciário, escalonada em três anos, esses trabalhadores decidiram eleger o dia 29 de julho como Dia Nacional de Repúdio ao Veto e fazer um apagão geral.
Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, Goiás, Amapá, Acre e Santa Catarina já confirmaram a participação.
A proposta oferecida pelo governo aos 120 mil trabalhadores do Judiciário Federal é a mesma oferecida aos demais servidores: índices abaixo da inflação nos próximos 4 anos (5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019).
O Comando Nacional de Greve da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União) vai se reunir nesta terça-feira, 28. Na pauta, a avaliação da greve e a continuidade do movimento paredista.
“Estamos desde 2006 sem reposição. É a política da direita que aposta na precarização e privatização do Judiciário”, denuncia Madalena Nunes, diretora da Fenajufe.
Perdas de 70%
Segundo o Dieese, de junho de 2006 a maio de 2015 a inflação medida foi de 70,51%. E é essa perda salarial e corrosão do poder de compra que os servidores do Judiciário amargam desde então. Eles não têm data-base para definir a recomposição salarial, como outras categorias. Toda e qualquer alteração no plano de carreiras e salários precisa passar pelo Congresso Nacional.
Madalena Nunes lembra que atualmente o Legislativo tem salários duas vezes maiores que os do Judiciário. “É a aposta na precarização do serviço público e na terceirização, inclusive no Ministério Público e no Judiciário”, diz ela.
“A categoria está totalmente envolvida com a greve e indignada com o veto. Não é reajuste, é reposição da inflação em 56% previsto no projeto de lei que foi para o Congresso em 2009, e o impacto este ano será de R$ 10,5 bilhões e não R$ 25 bilhões como diz a mídia, até porque essa reposição vem escalonada, dividida em 3 anos”, afirma.
No dia 29, os servidores do INSS também prometem fazer uma paralisação geral. O movimento pode ganhar ainda a adesão dos servidores das universidades federais.
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