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1º de Maio: trabalhadores e trabalhadoras tomam a Avenida Paulista contra a escala 6×1

Imagem: Alexandre Maciel
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Milhares de trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a Avenida Paulista nesta quinta-feira (01/05) para celebrar o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Com concentração iniciada às 9h na Praça Oswaldo Cruz, o ato unificado contou com a participação da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e diversos movimentos sociais, incluindo o VAT (Vida Além do Trabalho), em uma grande manifestação pelo fim da escala 6X1, redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e taxação dos super-ricos.

“Fazem mais de 40 anos, desde a Constituição de 88, que não conseguimos pautar com tanta força, como agora, a discussão de jornada de trabalho e a escala 6×1. Isso nasce de uma juventude precarizada e de trabalho precarizado. Eu sou da geração que foi registrada, comecei a trabalhar com 13 anos de idade e, com 14, já tinha registro na carteira. Hoje, quase ninguém tem registro em carteira”, afirmou Nilza Pereira, Secretária Geral da Intersindical.

Contra a escala 6×1 com redução da jornada de trabalho

A manifestação em São Paulo destacou três principais reivindicações que têm mobilizado a classe trabalhadora em todo o país. A primeira delas é o fim da escala 6×1, considerada exaustiva e prejudicial à saúde física e mental dos trabalhadores, que ficam com apenas um dia de descanso semanal.

Outra pauta central é a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, demanda histórica do movimento sindical que ganhou força com os avanços tecnológicos e a necessidade de distribuição mais justa do tempo de trabalho e lazer.

A terceira bandeira levantada pela Intersindical é a reforma tributária justa, com isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a taxação efetiva dos super-ricos, medidas que contribuiriam para reduzir a desigualdade social no país.

Ao final do ato, o Deputado Federal, Guilherme Boulos (PSOL-SP), lembrou que “enquanto tem gente que diz que defende a família e faz discursos em nome dela, quem de fato está defendendo a família trabalhadora brasileira é quem quer que cada trabalhador e cada trabalhadora tenha mais tempo livre para ficar com sua família. Somos nós que defendemos a família trabalhadora”.

Em seguida, a também Deputada Federal, Erika Hilton (PSOL-SP), chamou a classe trabalhadora para a luta: “Sigamos nas ruas! No parlamento brasileiro, faremos as pressões necessárias. Esse texto vai andar, porque a população brasileira tem interesse nessa pauta. Essa PEC vai caminhar para que possamos trazer uma resposta de dignidade e abolição da escala 6 por 1. Diminuir os dias de trabalho é garantir mais dias de vida, mais tempo com a família, mais tempo de lazer e dignidade”.

Mobilização nacional

Enquanto São Paulo se mobilizava na Avenida Paulista, trabalhadores de todo o Brasil também foram às ruas neste 1º de Maio. No Rio de Janeiro, manifestantes se concentraram em frente à Câmara Municipal às 14h, em ato também em conjunto com o VAT.

Outras capitais e cidades do interior também registraram manifestações expressivas, com atos em Florianópoles, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém, entre outras localidades, demonstrando a unidade nacional em torno das pautas trabalhistas.

Apoio do Governo Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento oficial na véspera do Dia do Trabalhador, endossou uma das principais reivindicações dos movimentos sindicais ao se posicionar a favor do fim da escala 6×1. A declaração foi recebida com entusiasmo pelos trabaçhadores e trabalhadoras presentes no ato de 1º de Maio que estavam na Avenida Paulista nesta quinta-feira.

Durante seu discurso, o presidente destacou a importância de garantir condições dignas de trabalho e mais tempo de descanso para os trabalhadores brasileiros, sinalizando que o governo federal poderá apoiar medidas legislativas nesse sentido.

Fotos: Alexandre Maciel

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