Foram 300 mil pessoas em mais de 200 municípios que neste 7 de setembro, Dia da Independência, gritaram contra o golpe, a carestia e o autoritarismo de Bolsonaro.
Durante dois meses a base bolsonarista organizou o ato, de natureza golpista, neste 7 de setembro, o alvo da vez foi o Supremo Tribunal Federal – STF. Procurando reproduzir a mesma tática de Trump, Bolsonaro mobilizou seus apoiadores para uma pretendida “invasão da sede STF em Brasília”, o que não aconteceu.
Mesmo com todo apoio do Governo Federal e do agronegócio, a manifestação bolsonarista em Brasília foi um grande fracasso, não passaram de 20 mil pessoas, em sua grande maioria desorganizada e motivadas unicamente por um ódio irracional ao STF. Em São Paulo, a manifestação foi maior, chegando a mais de 100 mil pessoas, porém um contingente muito menor do que o esperado pelo presidente.
Para além dos números, a estratégia golpista de Bolsonaro para o 7 de setembro fez água devido à composição social dos atos. As polícias militares não aderiram aos atos, a principal aposta de Bolsonaro caiu por terra. Os governadores, que de fato institucionalmente controlam as PMs, conseguiram conter o motim conclamado por Bolsonaro e obstruir que policiais entrassem no jogo do presidente. Este fato foi fundamental para o dia infeliz do bolsonarismo.
A tentativa fracassada de golpe cobrará seu preço, setores dentro da própria base de Bolsonaro já questionam o ato, esperavam uma invasão apoteótica e viveram uma situação, no mínimo, patética. Sem força real para ocupar o STF, Bolsonaro em Brasília, fez um discurso fraco aos seus apoiadores, que a rigor, não convenceu sua base. Logo depois, viajou para São Paulo, mesmo contando com maior participação, a PM não aderiu, e não se podia fazer mais nada. Bolsonaro perdeu o dia e saiu, no mínimo, com uma dor de cabeça para resolver. Como dar um golpe sem o apoio das forças de segurança?
Por outro lado, as forças sociais, partidos de esquerda, movimentos sociais e populares, sindicatos organizados nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, realizaram atos em mais de 200 cidades, reunindo aproximadamente 300 mil pessoas pelo país. O 7 de Setembro foi a convergência da agenda tradicional da esquerda, o Grito do Excluídos, e os atos Fora Bolsonaro.
O #7SForaBolsonaro foi uma demonstração que os movimentos populares e de esquerda não se rendem à ameaça golpista e não recuaram das ruas. A ameaça de violência produzida pelo bolsonarismo não surtiu efeito.
A Intersindical Central da Classe Trabalhadora, como parte da Frente Povo Sem Medo, atuou na construção nacional dos atos neste 7 de setembro e avalia que é o momento de conectar a luta pela democracia com a denúncia da carestia, do desemprego, da fome e das mortes. Segundo Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical, “Bolsonaro ataca não apenas à democracia, mas à dignidade do povo, sua forma de subsistência, é um genocida. Diante disso, o 7S é mais uma demonstração de unidade, de que defende a democracia, mas também quem defende a vida, o emprego e os direitos. Saímos maiores deste ato, e Bolsonaro perdeu o rumo de Brasília”.
Viva o 27° Grito dos Excluídos
Fora Bolsonaro
Pedro Otoni – Secretário de Comunicação da Intersindical
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