Governo Temer coleciona suspeitos de corrupção na Operação Lava Jato
O nome indicado pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) para ser seu líder na Câmara dos Deputados é André Moura (PSC), deputado que apresenta um currículo recheado de histórias macabras que transcendem a corrupção – denúncia comum entre pelo menos 11 dos 24 membros do governo golpista. Além disso, ele é considerado uma marionete de Eduardo Cunha (PMDB).
Moura responde por três processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2014, teve que brigar na justiça para ser empossado deputado, visto que tinha se tornado inelegível pela lei da Ficha Limpa. Quando gestor na cidade de Pirambu (Sergipe) foi acusado de improbidade administrativa. Também recai sobre ele o uso de recursos públicos para fins pessoais e a nomeação de funcionários fantasmas.
O que mais assusta é a acusação de tentativa de homicídio contra seu aliado local, Juarez Batista dos Santos, quem, por sua vez, procurou espontaneamente a Polícia Civil para denunciar Moura.
Nos bastidores da Câmara, dizem que Eduardo Cunha está influenciando tudo e continua comandando a Casa. Comanda os passos de Waldir Maranhão, e agora o novo líder do governo.
Ministros Lava-Jato
Importante lembrar que enquanto a voz das ruas clamava contra a corrupção e servia de massa de manobra para o golpe, Michel Temer mostra que não está nem aí para opiniões alheias e faz tudo como quer.
Não se intimidou ao nomear 11 citados na Operação Lava-Jato, sendo 9 ministros e 2 assessores especiais, entre seu staff de 24 ministros. Entre eles, o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB) e o do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB).
As evidências contra o ministro do Turismo apareceram em trocas de mensagens com executivos da OAS. Há indícios de uma atuação casada de Alves e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na arrecadação de recursos para campanhas eleitorais. Ele teria realizado em troca de lobbies em tribunais.
Geddel Vieira Lima, agora ministro-chefe da Secretaria de Governo, teria realizado, segundo as apurações, lobbies para a empreiteira OAS, na Caixa Econômica Federal, na Secretaria da Aviação Civil da Presidência e na Prefeitura de Salvador. Ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa. Geddel teria pedido ainda doações de campanha para aliados e para sua candidatura ao Senado.
Atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, por sua vez, aparece na delação do então senador cassado Delcídio Amaral (Sem partido – MS). Segundo o delator, ele deu suporte para sua nomeação na diretoria de Gás e Energia da Petrobras em 1999, assim como Moreira Franco (PMDB), ex-ministro da Aviação Civil e de Assuntos Estratégicos de Dilma e que foi nomeado assessor especial de Temer. Moreira Franco, entretanto, não tem status de ministro.
Investigado no inquérito que apura formação de quadrilha no STF, o novo ministro de Planejamento, Romero Jucá (PMDB), é suspeito de pedir propina, a partir de contrato obtido pela UTC nas obras da usina nuclear Angra 3, disfarçada de doação eleitoral ao filho. Seu nome aparece também em trocas de mensagens entre executivos da OAS, como responsável por emenda em medida provisória de interesse do grupo. Jucá é alvo ainda da Operação Zelotes, que apura suspeitas de manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda.
Bruno Araújo (ministro das Cidades), do PSDB, Raul Jungmann (ministro da Defesa), do PPS, José Serra (ministro das Relações Exteriores), do PSDB, Mendonça Filho (Educação e Cultura), do DEM, e Ricardo Barros (ministro da Saúde), do PP, têm seus nomes citado nas planilhas com listas de doações feitas pelo Grupo Odebrecht a pelo menos 284 políticos. Os documentos foram apreendidos com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura e um dos principais interlocutores do empresário Marcelo Odebrecht na alocação de recursos a campanhas políticas. Não há, no entanto, qualquer comprovação de que os repasses registrados correspondam à prática de caixa dois.
O próprio Temer também foi citado na delação de Delcídio, mas até o momento está livre de investigação na Operação Lava-Jato. A Procuradoria Geral da União (PGR) entendeu que as acusações de Delcídio e de outras citações ao nome de Temer, por investigados na Lava-Jato, não são suficientes para sustentar um pedido de inquérito específico contra o presidente interino.
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