As greves estaduais dos professores desempenham um papel pedagógico fundamental nesse momento polarizado entre o continuísmo governamental e o retrocesso fascista. Ao pautar a conjuntura, a educação chama atenção para a falta de prioridade e investimento neste setor, politiza e supera o debate conjuntural maniqueísta e aponta o caminho para a superação do anacronismo estrutural, das desigualdades sociais, contribui com as reflexões filosóficas, redefinindo o papel das ciências humanas diante das novas tecnologias, da mesma forma que enfrenta o Estado leviatã e a formação espartana dos membros do aparato repressivo do estado.
O massacre aos professores no Paraná, em Goiás, a criminalização de professores em São Bernardo do Campo, a prisão de um professor na Assembleia Legislativa de São Paulo, os tiros contra professores no comando de greve na zona leste e a morte de um professor grevista dentro do ônibus após manifestação, quando retornava para a cidade de Diadema em São Paulo, repõe a necessidade do aprofundamento e debate sobre o papel da Filosofia Política ao longo do processo histórico, seu caráter partidário e de classe no contexto histórico, a partir das lutas de enfrentamentos e resistências.
Independentemente dos resultados no atendimento às pautas de reivindicações, essa greve registra significativo momento histórico e político, ao desmascarar as forças reacionárias do governo Dilma que vem negociando as migalhas de arrecadação contidas no projeto de lei N°4330, desnuda os governos do PSDB com suas práticas ditatoriais e aponta que a saída para crise é a ação direta nas escolas, nas ruas, praças e avenidas contra os governos e o sistema; sistema este que achaca o mundo do trabalho e os trabalhadores de todo o mundo com sua ideologia neoliberal, apoiado por sua grande mídia, sua máquina de guerra e seus abutres do sistema financeiro nacional e internacional.
Mesmo os ditos nacionalistas não ousam defender com vigor as ações trágicas e abjetas do bombardeio perpetrado contra os educadores submetidos aos governos fascistas de plantão. Talvez entendam de uma vez por todas o porquê da nossa defesa das bandeiras vermelhas tremulando ao longo da história da luta de classe. É com o vermelho do sangue dos educadores e de toda classe trabalhadora que pintamos nossas bandeiras, que carregam todas as cores como o branco da Paz, mas paz que nasce da luta e da justiça e não a paz dos cemitérios!
O que estamos assistindo é o movimento ditatorial em ação como política de estado assegurando o conluio dos opressores e a ditadura econômica que nunca deixou de existir.
Professores, estudantes e a sociedade reagem ao Estado terrorista desses governantes, e pedagogicamente educam de forma revolucionária numa nova direção, contra esse Estado repressor, rumo a uma nova sociedade fartamente alimentada com pão, trabalho livre, terra e moradia, educação revolucionária, igualdade de condições e liberdade.
Lutar e resistir é preciso!
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*Aldo Santos – Presidente da Aproffesp e Aproffib, membro da Executiva Nacional da Intersindical e militante do comando de greve.
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