O governo de São Paulo enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa (Alesp) que prevê redução no orçamento para o Metrô e a CPTM em 2019. Os recursos do Metrô devem cair de R$ 2,28 para R$ 2,05 bilhões e, da CPTM, de R$ 3,7 para 3,4 bilhões, cortes de 9,86% e 8,8%, respectivamente. Para discutir o projeto, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo convoca a Audiência Pública “Contra o corte de orçamento e a privatização do Metrô” para o dia 26 de novembro, às 14h, na Alesp. O evento é realizado pelo gabinete do deputado Carlos Gianazzi (PSOL) e tem apoio da deputada Leci Brandão (PCdoB), da liderança do PT e do PSTU.
Diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sérgio Magalhães explica que a audiência na Alesp será um ponto de partida para subsidiar a luta contra a privatização e por mais investimentos para o Metrô e a CPTM. “A audiência vai servir para pautar o tema político [do metrô] de forma global e iniciar o ano [2019] na resistência. Vamos fazer a discussão da necessidade de expansão, de um lado; e do processo de privatização, de outro”, expõe.
A justificativa do Metrô e do governo estadual para as cortes é de que, em 2019, não haverá obras de expansão. Ao longo deste ano, foram inauguradas nove estações, seis na Linha 5-Lilás e três na Linha 4-Amarela. “É o clássico. Utilizaram as inaugurações eleitoralmente. Imediatamente após, cortam a expansão”, critica o metroviário Magalhães.
O diretor sindical afirma que o corpo técnico do Metrô tem consenso unânime sobre a necessidade de expansão. “A malha cresce, em média, 1 km ao ano. Nesse ritmo, sempre será deficitário. A expansão exige um financiamento pesado, maior do que já tem, sistemático e ininterrupto”, sustenta. Engenheiro e consultor de transportes, Sérgio Ejzenberg, concorda, em entrevista à Folha. “A diminuição do orçamento, principalmente no Metrô, só poderia ser justificada se a malha já estivesse completa, o que ainda está distante de ocorrer. Atualmente, temos apenas 90 km de extensão, quando o ideal são 400 km”, afirma.
Para Magalhães, o corte no orçamento é anúncio de que o processo de privatização vem com força no próximo período. “A sanha privatista vai ser uma loucura”, lamenta. Neste ano, a Linha 5-Lilás foi repassada ao Grupo CCR, que também faz parte do consórcio privado que opera a Linha 4-Amarela. “A gente denuncia exatamente isso: a falta de uma política de expansão necessária associada à política de privatização”, sintetiza o diretor dos Metroviários.
O QUÊ: Audiência Pública “Contra o corte de orçamento e a privatização do Metrô”
QUANDO: 26/11, a partir das 14h
ONDE: Assembleia Legislativa (Plenário Dom Pedro I)
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