Em 2008, ocorreram, em todo o Brasil, 411 greves, segundo dados reunidos pelo Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), mantido pelo DIEESE. Trata-se do mais elevado total de paralisações observadas em um ano desde que o Departamento retomou a publicação dos balanços de greves, em 2004. O maior número verificado até então foi registrado em 2006 (320 greves).
O ano foi marcado ainda por uma mudança na esfera com maior número de greves: se nos quatro anos anteriores a maior parte das greves ocorreu na esfera pública (funcionalismo público e empresas estatais), em 2008 a esfera privada foi responsável por 54,5% das paralisações.
O crescimento significativo do número de paralisações na esfera privada – que de 149 em 2007, passou a 224 em 2008 – foi o principal fator para esta alteração, uma vez que não houve retração nas greves ocorridas na esfera pública. Ao contrário, o resultado de 2008 foi inferior apenas ao de 2004, ainda assim por um único registro.
As greves realizadas em 2008 significaram que 24,6 mil horas de trabalho deixaram de ser cumpridas em todo o país. Dentre as 411 greves, somente 265 apresentavam o total de grevistas. Segundo estes dados, pouco mais de 2 milhões de trabalhadores participaram de movimentos paredistas, o que permite estimar o número médio de trabalhadores por greve, em 7.710.
As paralisações na esfera pública reuniram, em média, 12.203 grevistas, proporção bem maior do que na privada, com 3.868 grevistas. Duas paralisações que reuniram trabalhadores das duas esferas registraram uma média de 67 mil trabalhadores por greve.
O caráter propositivo predominou nas paralisações realizadas (69%), ainda que um percentual significativo (42%) registrasse motivação defensiva. Entre as reivindicações, o reajuste salarial e os planos de cargos e salários destacaram-se na esfera pública. Na esfera privada, o reajuste salarial e o auxilio alimentação foram as principais reivindicações.
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