“Escrevo para registrar o que os outros apagaram quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você” (Glória Anzaldúa)
O Sindicato dos Bancários de Santos e Região sediou o debate “Contribuição do Feminismo Negro para a luta das mulheres”, na noite desta quinta-feira, 23. O encontro começou com a exibição do filme “Mulheres Negras: Projetos de Mundo”, da diretora Day Rodrigues. Em seguida houve roda de conversa com a diretora do documentário, a rapper e professora de História Preta Rara, a assistente social Tami Tá Guina e a cientista social Dida Dias.
O filme, rodado em Santos, traz depoimentos de várias mulheres (incluindo Dida e Preta Rara) sobre os diversos preconceitos vivenciados cotidianamente por serem negras e mulheres. Ele também mostra formas de resistência e a importância do protagonismo delas nas ações.
Uma das citações do documentário afirma “Escrevo para registrar o que os outros apagaram quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você” (Glória Anzaldúa). Durante a roda de conversa, foi ressaltada a necessidade diária de ressignificação da identidade negra; identidade que é frequentemente abafada, sofre tentativas de ‘embranquecimento’ ou é reduzida a hiperssexualisação de corpos tratados como mercadoria.
As debatedoras foram unânimes de que a luta para conquista do direito básico de ‘ser como se é’ só terá resultados se for coletiva e com trocas de saberes. “É preciso repensar o racismo, o machismo, a lesbofobia, a transfobia etc. A repercussão do filme diz muito sobre a demanda que a gente tem sobre outras narrativas, sobre outros projetos de mundo”, afirma Day Rodrigues.
Veja o trailer do filme “Mulheres Negras: Projetos de Mundo”:
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