Sindicato dos Bancários do Espírito Santo
A rua de lazer da Praia de Camburi foi ocupada por centenas de pessoas que participaram do Pedalaço Contra a Terceirização, no domingo, dia 21, realizado pelo Sindicato dos Bancários/ES. A atividade teve como objetivo dar visibilidade às ações de mobilização contra a terceirização. A concentração do Pedalaço foi no Píer de Iemanjá, de onde as pessoas saíram rumo à Avenida Adalberto Simão Nader.
Segundo o coordenador geral do Sindibancários, Jessé Alvarenga, o Pedalaço é uma forma de fazer com que o PL 4330, que permite às empresas contratar trabalhadores terceirizados em qualquer ramo de atividade, não caia no esquecimento. “O projeto de lei está no Senado e pode ser votado a qualquer momento. A classe trabalhadora não pode deixar isso acontecer. As mobilizações têm que ser constantes. A aprovação desse projeto de lei significa a precarização dos trabalhadores brasileiros”, afirma Jessé.
O sindicalista destaca os prejuízos que o PL 4330 pode trazer à categoria bancária. “A terceirização irrestrita permite até mesmo que caixas e gerentes sejam terceirizados. Significa o fim da categoria bancária e a perda dos direitos garantidos com anos de luta, pois os bancários não serão mais amparados pela Convenção Coletiva Nacional”, explica o coordenador geral do Sindibancários.
A convivência com trabalhadores que já atuaram como terceirizados fez com que a bancária da Caixa, Priscila Mendes Vanotelli, comparecesse ao Pedalaço. “Conheço vários trabalhadores terceirizados e a realidade deles é precária. Os salários são reduzidos, a jornada de trabalho é maior e muitos deles contam que, ao chegar próximo do período de férias, são demitidos e, posteriormente, contratados por outra empresa, não podendo usufruir do período de descanso”, relata a bancária.
Não foram somente os bancários que participaram do Pedalaço. O aposentado Robson Smarzaro, que estava passando pela Orla de Camburi, viu a movimentação e resolveu aderir ao grupo. Ele era funcionário da antiga Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje ArcelorMittal Tubarão, e vivenciou o processo de privatização da empresa, em 1992. “Já existiam terceirizados na CST, mas depois que foi privatizada houve demissão em massa para ampliar ainda mais o número de terceirizados”, recorda.
Robson afirma que a realidade dos terceirizados era muito difícil. “O salário deles era cerca de 20% menor, não tinham os mesmos direitos que os trabalhadores diretos e eram tratados como inferiores pela própria empresa. Quando tinha uma tarefa que ninguém gostava de fazer, a chefia mandava os terceirizados executarem”, diz o aposentado.
Para garantir maior participação no Pedalaço, o Sindicato disponibilizou algumas bicicletas. Quem preferiu não pedalar, juntou-se ao grupo caminhando, praticando corrida ou andando de skate.
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