Em greve desde o dia 6 de setembro, bancários e bancárias realizaram na tarde desta terça-feira, 20, uma ação sindical para denunciar a intransigência dos banqueiros nas negociações nacionais e dialogar com a população da capital sobre os motivos da greve. A atividade ocorreu pracinha do Rotary, na Reta da Penha (próximo ao Centro da Praia).
“Os responsáveis pela extensão da greve são os bancos, que se recusam a negociar uma proposta digna de valorização e de melhores condições de trabalho. Mesmo sendo o setor que mais lucra no país, querem dar aos bancários reajuste de apenas 7%, que não repõe a inflação e impõe mais perdas salariais à categoria, além de um abono que não é integrado ao salário e nem é refletido aos benefícios”, diz Jonas Freire, coordenador geral do Sindicato dos Bancários/ES.
No primeiro semestre de 2016 o lucro líquido dos cinco maiores bancos que atuam no Brasil (Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa) somou R$ 29,7 bilhões. Em contrapartida, houve extinção de 13.606 postos de trabalho no período de um ano. Entre junho de 2015 e junho de 2016, o total de empregados nas cinco instituições passou de 439.422 para 425.216.
“A garantia do emprego é uma de nossas pautas fundamentais, e vai impactar diretamente nas condições de trabalho e na qualidade do atendimento ao cliente. O elevado número de demissões gera sobrecarga para quem fica na agência, intensificada pela imposição de metas e pelo assédio moral, e aumenta o tempo de espera na fila para os clientes, precarizando o atendimento à população, que já paga altas taxas de juros e tarifas – aliás, as mais altas do mundo”, destaca Jonas.
A última proposta dos banqueiros foi apresentada no dia 9 de setembro, de reajuste de 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil. O índice continua não cobrindo a inflação do período, calculada em 9,62% em agosto (INPC), e representaria perda de 2,39% para cada bancário e bancária. Além disso, as reivindicações de saúde e condições de trabalho foram ignoradas pelos bancos. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários ainda na mesa de negociação. Desde então, duas novas rodadas aconteceram, sem que os bancos melhorassem os termos de acordo.
Os bancários reivindicam como pautas prioritárias a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
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