Os bancários da Baixada Santista aprovaram em assembleia, dia 04, na Av. Washington Luiz, 140, em Santos/SP, índice de 5% de aumento mais a inflação projetada de 9,31%, no total de 14,78% de reajuste na Campanha Salarial 2016. Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, ressaltou que tendo em vista a alta rentabilidade dos bancos a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora (a qual o sindicato de Santos e Região é filiado) defendeu o índice geral de 10% + inflação do período.
Entretanto, a maioria dos bancários aprovou o índice de 14,78%, na 18ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo no fim do mês passado. Também foi aprovado: PLR de três salários mais R$ 8.317,90 de parcela fixa adicional e 14º salário. Para o piso, o salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24). O valor do vale-alimentação e da 13ª cesta reivindicado é de R$ 880. Para o vale-refeição, R$ 40 ao dia.
“A data-base da categoria bancária é 1º de setembro e a Campanha Salarial é unificada e de âmbito nacional”, esclarece Ricardo Saraiva Big, Secretário Geral do Sindicato e Secretário de Relações Internacionais da Intersindical.
Fim das metas, fim da terceirização, a defesa dos bancos públicos e a contratação de mais empregados também estão entre as reivindicações aprovadas.
A pauta unificada de reivindicações será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta terça (9). Neste mesmo dia, o Comando Nacional dos Bancários entrega também um calendário com as rodadas de negociação, nas quais serão apresentadas as defesas dos direitos dos trabalhadores e novas conquistas.
Entre os eixos da pauta de reivindicações estão emprego, saúde do trabalhador, segurança bancária, condições de trabalho, remuneração e estratégia para organização da luta e disputa da sociedade.
A Assembleia também autorizou à diretoria realizar negociações coletivas, celebrar Convenção Coletiva de Trabalho, Convenções/Acordos Coletivos Aditivos, bem como Convenção/Acordos de PLR e, frustradas as negociações, defender-se e/ou instaurar dissídio coletivo de trabalho, bem como delegar poderes para tanto; Deliberar sobre aprovação da minuta de pré-acordo de negociação e minuta de reivindicações da categoria bancária, data-base 1º de setembro, definida na 18ª Conferência Nacional dos Bancários; e deliberar sobre desconto a ser feito nos salários dos empregados em razão da contratação a ser realizada.
De acordo com a Presidente do Sindicato, a atual conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores exige dos bancários muita mobilização para não serem privatizados e terceirizados, ter salários reduzidos, jornadas estendidas (inclusive aos sábados e domingos), sofrer demissão em massa, perder direitos e estabilidade (contidos nos acordos coletivos), aumento das metas, mais assédio, aumento da idade de aposentadoria (homens e mulheres) para 70 anos e para não perder a CLT. “Nesta Campanha Salarial, por exemplo, a mobilização deve ser para além do reajuste salarial ou PLR, porque está em jogo o emprego de toda a categoria. Precisamos demonstrar força ou seremos os mais atingidos pela privatização e terceirização. Caso isso aconteça fatalmente muitos perderão seus postos de trabalho”, finaliza.
“O discurso de crise não pode ser utilizado pelos banqueiros, porque eles lucram alto em qualquer conjuntura econômica conforme demonstram os estudos do Dieese”, diz Eneida koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. Segundo o Dieese, o total de ativos dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, BB, Caixa e Santander) totalizou, no final de 2015, R$ 5,7 trilhões. Os números dos balanços dos três maiores privados ilustram essa pujança: o Bradesco fechou o semestre com lucro de R$ 8,27 bi e o Itaú com R$ 10,73 bilhões. O Santander viu seu resultado aumentar 4,8% em comparação aos seis primeiros meses de 2015, batendo a casa dos R$ 3,46 bi.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Foto: Nelson Ezídio
Tópicos relacionados
Comentários