Dez trabalhadores foram descomissionados em um único dia. Medida aponta que, mesmo após a reestruturação, as práticas que geram insegurança e pressão no trabalho aumentaram.
Desde o início do processo de reestruturação do Banco do Brasil, em novembro do ano passado, com fechamento de agências, redução dos postos de trabalho, aumento da sobrecarga e piora da qualidade de atendimento, funcionários do banco vivenciam ameaças de descomissionamento, uma postura arbitrária e autoritária do banco. Na sexta-feira, 15, em São Paulo, dez gerentes foram descomissionados em apenas um dia, dos quais sete eram gerentes gerais de agências e três gerentes de conta.
“Sabemos que não há um desenho completo em relação ao resultado do processo de reestruturação do Banco do Brasil e a ausência de transparência causa ainda mais a insegurança”, afirma Goretti Barone, diretora do Sindibancários/ES. Segundo ela, o Banco do Brasil vem rebaixando funcionários e desrespeitando clientes desde quando apresentou seu projeto de reestruturação, com as medidas de incentivo a demissões voluntárias e a criação de agências 100% digitais, entre outras que demonstram a continuidade dessa reestruturação.
A decisão de descomissionar dez gerentes de agências bancárias de São Paulo foi divulgada pelo Sindicado local nesta segunda-feira, 18. A medida foi tomada pela Superintendência Capital e as regionais, com aval da Gepes (Gestão de Pessoas), e sem diálogo com os trabalhadores atingidos. A diretoria do Sindicato de São Paulo classificou a postura do banco como “uma política de terror”, que permanece mesmo após a reestruturação pela qual passou o banco, há cerca de seis meses.
“Estamos cientes do assédio moral e da pressão pelo cumprimento de metas no Banco do Brasil. Isso pode ser verificado nas cobranças feitas aos bancários em audioconferências ou em mensagens de via whatsapp. Mas o Sindicato vai denunciar e tomar outras providências, sobretudo se houver descomissionamento, como ocorreu em São Paulo”, assegura Goretti, dirigente do Sindibancários.
Nacionalmente, o processo de reestruturação do BB resultou no fechamento de 700 agências e a intenção do banco é reduzir 18 mil funcionários até o fim de 2018 – meta parcialmente alcançada com o lançamento do Plano de Aposentaria Voluntária, ainda no início de 2017. Em Vitória, foram fechadas as agências Rio Branco e Moscoso. Os clientes dessas unidades foram transferidos sem consulta prévia para as agências mais próximas ou para agências digitais. Antes mesmo dessa reestruturação já haviam sido fechadas as agências Vale e Praia do Suá.
Além disso, vários cargos foram extintos e outros reduzidos, como é o caso dos supervisores de atendimento, gerente de relacionamento do atendimento e assistentes de negócios. Além da piora nas condições de trabalho para os bancários do BB, um dos resultados desse processo de reestruturação é que, no primeiro trimestre de 2017, o Banco do Brasil ocupou o 1º lugar na lista de reclamações do Banco Central.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Clique aqui e curta nossa página no Facebook
Inscreva-se aqui em nosso canal no YouTube
Tópicos relacionados
Comentários