Após sofrer ameaças na cidade de Marechal Thaumaturgo/AC, Benki Piyãko, liderança Ashaninka do Alto Juruá, fez denúncia à polícia para relatar os riscos de violência que estava sofrendo, em razão de sua atuação como ativista ambiental, internacionalmente premiado e reconhecido, e liderança da Comunidade Ashaninka do Rio Amônia.
Os responsáveis pela investigação do caso foram até a sede do município e, após considerarem apenas as alegações dos acusados, decidiram por arquivar a denúncia e indiciar Benki, pedindo a abertura de ação penal, contra o próprio indígena, pelo crime de denunciação caluniosa.
O Ministério Público Estadual do Acre aceitou o indiciamento e propôs ação penal contra Benki Piãko e, agora, a liderança Ashaninka pode ser condenada à pena de até oito anos de prisão. O processo tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul/AC, está em fase de alegações finais para a defesa e acusação e será julgado em breve. O advogado responsável pela defesa de Benki é Antonio Rodrigo Machado, também atuante na defesa do povo Ashaninka e em outras causas contra madeireiros.
Nas palavras do advogado, “Benki Piyãko procurou o Estado brasileiro para receber proteção das forças policiais e, em sentido oposto, está sentado no banco dos réus, acusado de um crime que não cometeu. Ao ser escolhido pela seletividade do sistema criminal brasileiro, não é apenas a liberdade de Benki que está em risco, mas sim, o próprio respeito desse país aos Povos da Floresta e toda sua cultura.”
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Fonte: Avaaz
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