O fascismo não pode ser entendido como experiências históricas europeias isoladas e datadas, mas como uma corrente de pensamento, que de diferentes formas e intensidade, permanece até os nossos dias e disputa a condução da sociedade, cada vez mais próxima e mesclada com o liberalismo.
Este fenômeno é mundial, possui traços comuns, mas se manifesta de maneiras diversas, de acordo com a situação de cada país.
No caso brasileiro, as características do fascismo estão associadas às condições específicas de nosso país, que é herdeiro de uma situação colonial, da escravidão, da dependência econômica, da ausência de uma elite nacionalista e de uma posição subalterna frente ao imperialismo.
Vejamos então, nestes 10 tópicos, como funciona o fascismo brasileiro.
Diferente de outras experiências históricas, o patriotismo do fascismo brasileiro está restrito ao uso da bandeira e da camisa da seleção brasileira de futebol. Não é de fato uma defesa da soberania brasileira, mas indica expressamente que nosso país deve continuar subordinado aos interesses estrangeiros, em especial aos dos EUA.
Exemplo: Ir para uma manifestação com a bandeira do Brasil e a camisa da seleção e achar que os Estados Unidos são um exemplo de país melhor e/ou ser adepto do integralismo.
Em outras experiências históricas, existia um culto às tradições, porém no caso brasileiro isso se desenvolve de maneira diferente. As tradições brasileiras são basicamente estruturadas na cultura popular, as elites no Brasil não possuem uma cultura própria, são completamente submetidas às tradições estrangeiras.
Exemplo: Atacar templos religiosos de matriz africana.
O fascismo brasileiro é um amontoado assistemático de preconceitos, nisso ele guarda bastante identidade com o fascismo europeu. Isso porque é através da negação das diferenças que se afirmam ilusoriamente como um campo social. Daí determinam um padrão moral restrito e seletivo, que dialoga com o passado colonial, na afirmação dos privilégios proporcionados pelo patriarcado, a heterossexualidade e pela cor de pela branca. O macho racista é o tipo ideal do fascismo brasileiro.
Exemplo: Apoiar a chamada “cura gay, criminalizar o aborto, prender seletivamente a juventude negra.
Esta é uma característica geral do fascismo, a ruptura com a racionalidade. Por isso, a coerência dos argumentos, o diálogo entre posições contraditórias e a verificação da verdade das posições por meio de provas são completamente rejeitadas pelos fascistas. O fascista é sentimentalista, é simplista e inimigo dos argumentos, por isso rejeita os argumentos, os debates, a democracia. O fascista quer seguir alguém, quer ter um “pai” para pensar por ele, porque recursa a tarefa de pensar pela própria cabeça. O fascista é um crédulo, um devoto de qualquer coisa que pareça forte, neste caso a estupidez é para ele a maior das virtudes. Não é possível argumentar com um fascista, porque não é pelo argumento que ele toma suas decisões, é pela afetividade a uma figura paterna – um demagogo, por exemplo.
Exemplo: Apoiar o Bolsonaro.
No Brasil, o fascismo cultua o ódio contra aos povos latino-americanos e africanos, mas é completamente servil e abobado frente aos estadunidenses e europeus.
Exemplo: Acusar a Venezuela de regime autoritário e bater continência para a bandeira americana.
O fascismo brasileiro do descontentamento dos setores médios, que com a crise econômica provocada pela ultra acumulação dos mais ricos, tem seu sonho de ascensão social se tornar um pesadelo. Sem projeto político próprio, frações destes setores começam a culpar os mais pobres por sua condição decadente.
Exemplo: Remover a força os moradores de rua e ser contra indígenas.
O fascismo europeu não defende a estatização da economia, mas a garantia do seu controle por monopólios privados nacionais. No Brasil, isso é diferente, a visão econômica do fascismo é neoliberal, defende a privatização e a entrega dos recursos estratégicos para o capital estrangeiro.
Exemplo: Todos os deputados federais fascistas apoiam a agenda de privatização das empresas públicas.
O pensamento fascista precisa de um inimigo para legitimar suas ações. No fascismo europeu este inimigo é o estrangeiro, o judeu, o homossexual, o cigano, o comunista. No Brasil o inimigo é o povo pobre, em especial os negros, mas isso se estende para as organizações de esquerda, sindicatos, defensores de direitos humanos e movimentos populares.
Exemplo: A esquerda é corrupta e defende bandido.
O fascismo brasileiro tem uma retórica anticorrupção um tanto seletiva, herdada da UDN, principalmente porque acreditam que a corrupção é monopólio da esquerda. Por outro lado, acreditam que os privilégios dos mais ricos e das altas carreiras do serviço público é algo merecido por seu empenho individual, acreditam que o mérito vem acima da realidade social que sufoca as possibilidades da maioria esmagadora da sociedade.
Exemplo: Ele é juiz porque mereceu.
A violência contra os mais fracos e a covardia frente aos mais fortes. O fascismo está presente em boa parte das corporações policiais, no judiciário e nos grandes meios de comunicação, o eixo principal é promover a violência institucional seletiva no processo de prisão, julgamento, execução penal e legitimação social da repressão contra os pobres; enquanto fazem “vistas grossas” frente o crime dos ricos, dos banqueiros e da elite política da direita brasileira.
Exemplo: Encarceramento em massa de jovens de periferia e ausência de investigação ou punição frente aos crimes financeiros da burguesia brasileira.
Não resta dúvida, no Brasil estão presentes estas 10 características que em conjunto cria um estado de exceção autoritário, dilapidador de direitos e da soberania nacional.
Intersindical Central da Classe Trabalhadora
→ Amauri Soares: “Segurança pública é só pretexto. Estão ali para que o povo pobre não se levante”
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Daniel disse:
Ai amigão, que narrativa de merda hein!
Ah, detalhe vc escreveu: “tentam criminalizar o aborto” ate hoje aborto e crime no Brasil, vc não sabia?
tony disse:
Análise totalmente tendenciosa além de estar recheada de mentiras.
– Fascismo é estado onipresente em tudo.
– FAscismo tem os Sindicatos fortes.
– No fascismo os grandes empresários estão muito próximos do REI.
Alguma semelhança com regimes passados no Brasil ?
Peida na Lancheira disse:
Se você tivesse estudado o mínimo do Integralismo não falaria tanta merda. O Integralismo de fato tem características fascistas, mas ele não é 100% fascista.
O Integralismo é um Estado o dinheiro deixa de ser a mercadoria principal, instalando no lugar um sistema de intermediário das mercadorias. Ainda na questão econômica, defende uma Democracia Orgânica, onde partidos deixam de existir e são substituídos por núcleos tradicionais, como a família, as diversas fontes de cultura/conhecimento como as universidades ou as igreja (daí o lema „Deus, Pátria e Família”). Os sindicatos de trabalhadores teriam representantes nas câmaras municipais, o que refuta sua ideia de „o inimigo é o pobre”.
O Integralismo também não é racialista e tampouco racista, de acordo com Plínio Salgado, o „Problema é ÉTICO, e não étnico”, refutando sua ideia de “xenofobia e racismo à cultos e tradições”.
Saia do computador, pare de lutar a favor de Lula e PT e estude mais, porque tu precisas.