A situação dos Metalúrgicos de Mogi Guaçu é extremamente grave. A atual direção não tem agido em defesa da saúde dos companheiros e até o momento encontra-se suspenso o processo eleitoral para escolha de nova direção para a entidade. O pleito havia sido convocado para os dias 22 e 23 de outubro, no entanto, a Justiça do Trabalho determinou a suspensão do pleito devido a uma série de irregularidades envolvendo membros de uma das chapas e também devido problemas na prestação de contas da atual direção.
A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora apoia a Chapa 2 – Resgate, encabeçada por José Roberto de Souza, também presidente da Associação de Trabalhadores Portadores de Doenças Ocupacionais e Acidentados do Trabalho de Mogi-Guaçu – CAAT.
Na semana passada, ele e trabalhadores da Mahle Metal Leve S.A, principal metalúrgica da região, denunciaram à imprensa, a prática indecente por parte da Mahle e Unimed de não aceitar o agendamento de consulta com ortopedista para trabalhadores e dependentes da Mahle.
A associação já está apresentando denúncia ao Ministério Público do Trabalho contra as duas empresas por negligenciarem atendimento médico e submeterem os trabalhadores a condições degradantes do ponto de vista da saúde.
Uma reportagem veiculada pela TV Record em 12 de novembro mostra os trabalhadores da Mahle tentando agendar consulta com ortopedista pela Unimed Mogi-Guaçu, porém quando declaram que pertencem ao quadro da empresa, são informados de que não é possível efetuar o agendamento e são orientados a procurar a Mahle para esclarecimentos.
Para o presidente do CAAT, José Roberto de Souza, esta prática por parte da Mahle é uma forma de dificultar a identificação de uma situação alarmante de número de lesionados, e assim mascarar um grave problema que ocorre dentro da empresa, resultado de pressão por produção que têm causado Lesões por Esforço Repetitivo nos (as) trabalhadores (as).
Trabalhadores impedem golpe
Os metalúrgicos de Mogi-Guaçu conseguiram impedir o golpe contra os direitos dos trabalhadores, articulado pela atual direção do sindicato, que chamou às pressas, em plena campanha salarial, uma assembleia para tentar filiar o sindicato à Força Sindical.
Essa proposta tinha como único objetivo impor aos metalúrgicos convenção coletiva que interessa aos patrões. Ou seja, o sindicato em conchavo com as empresas para retirar direitos e piorar a situação dos trabalhadores em relação a salários, benefícios e cláusulas sociais.
A convenção coletiva da Força Sindical não garante estabilidade aos trabalhadores lesionados até o momento de aposentadoria. Ou seja: este direito seria perdido.
Os trabalhadores foram informados pela Chapa 2 – encabeçada por José Roberto –, sobre esta proposta absurda da atual direção e compareceram em peso para dizer que não aceitariam o golpe de filiação à Força Sindical, vencendo a assembleia do dia 12 por maioria.
No entanto, a direção do sindicato não quer aceitar a decisão dos trabalhadores e comunicou que irá realizar novas assembleias nas fábricas, utilizando falsos argumentos de que houve tumultuo na assembleia.
“Somos contra a filiação à Força Sindical. Isso não interessa aos trabalhadores. Só interessa às empresas”, afirma José Roberto, da Chapa 2 – Resgate.
Audiência de conciliação
Na tarde desta terça-feira (17), houve uma audiência de conciliação para tratar do processo eleitoral do sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Guaçu. Como não houve acordo, a Juíza decidiu manter as eleições suspensas e encaminhou o processo a julgamento, ainda sem data prevista para acontecer.
A Justiça pode acatar os pedidos de impugnação da candidatura de membros da chapa concorrente, decidir pela realização das eleições ou, ainda, pela continuidade do mandato da atual direção. A Chapa 2 – Resgate seguirá acompanhando o processo que corre na Justiça e lutando para que os Metalúrgicos de Mogi Guaçu não sofram mais ataques a direitos, como a recente manobra da atual direção do sindicato.
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