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Conferência Internacional FORA BOLSONARO atrai mais de 26 mil pessoas

Conferência Internacional FORA BOLSONARO
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Por Gustavo Mesquita, Letícia Maria e Fernando Diegues

Em defesa da vida a Intersindical Central da Classe Trabalhadora, FSM, FUTAC, CNTTL, UIS -Transporte e outras entidades realizaram a CONFERÊNCIA INTERNACIONAL FORA BOLSONARO. O evento, dia 7 de setembro de 2020, foi organizado por videoconferência, com a participação de 21 convidados de 15 países das três Américas e da Europa.

Com o objetivo de denunciar os ataques do governo de Jair Bolsonaro aos trabalhadores, a população em geral e ao meio ambiente, a Conferência cumpriu seu objetivo de unir a classe trabalhadora internacional. As mídias sociais das centrais e do movimento sindical envolvidas atraíram mais de 26 mil visualizações e centenas de compartilhamentos, além de ter sido transmitido pelo youtube.

A Conferência foi coordenada por Ricardo Saraiva Big – Secretário de Relações Internacionais da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora (Brasil) e Viviane Barbosa, assessora de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística – CNTTL (Brasil).

Ao iniciar a conferência Big, um dos organizadores da atividade, saudou os participantes. Big destacou que a conferência acontece em um período de pandemia e que, no Brasil, “é tratada de forma irresponsável e assassina. O presidente Bolsonaro, que foi eleito a partir de fake News, faz uma gestão internacional desastrosa e deixa o País em situação de humilhação diante das outras nações. Diplomatas brasileiros têm colocado a dificuldade de trabalhar em seus territórios por conta da atual política nacional”.

Big lembrou que o mesmo dia da Conferência, 7 de setembro, que seria dia de celebrar a Independência do Brasil, “tornou-se um dia de lutas para a classe trabalhadora do Brasil, por meio do Grito dos Excluídos”. A atividade acontece em todo o País com diversos atos e mobilizações.

O que acontece no Brasil repercute e influencia os países vizinhos

O Secretário de Relações Internacionais da Intersindical ressaltou que 15 países participaram da atividade. “É muito importante a conferência, porque o que acontece no Brasil repercute e influencia os países vizinhos da América Latina”. Ele finalizou sua fala enviando um abraço especial pelo empenho, para realização da Conferência, das entidades e de Ricardo Maldonado, presidente da Federação Unitária de Transportes da América Latina e o Caribe (FUTAC) e da Confederação Unitária Nacional de Trabalhadores em Transportes do Chile (CONUTT), a quem pediu uma salva de palmas.

Depois do Hino da Internacional Socialista e das congratulações do coordenador Big, a também coordenadora Viviane Barbosa, assessora de Comunicação da CNTTL, saudou a todos e disse que a Confederação CNTTL é a voz de 12 milhões de trabalhadores e prestou homenagens aos 126 mil que morreram pelo novo coronavírus, decorrente da falta de um plano de saúde contra Covid-19, por parte do Ministério da Saúde. Lembrou e homenageou também os milhões que contraíram a doença e os trabalhadores vitimados.

Finalizou pedindo palmas para o companheiro Roque Ferreira, falecido, uma liderança da categoria ferroviária e um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Trabalhadores cubanos saúdam

Diretamente de Cuba, o encarregado da Oficina das Américas e Caribe da Federação Sindical Mundial (FSM), Ernesto Freire, participou da conferência enviando um vídeo. Em sua fala, ele frisou que a atividade é muito estimulante, faltando poucas semanas para a celebração dos 75 anos da FSM, organização com caráter classista. “Estamos seguros que os debates trarão alternativas para a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”. Ernesto reforçou que, com a pandemia, os trabalhadores devem se manter unidos. “Somos nós, os trabalhadores, que criamos as riquezas dos países”.

Toda ajuda e solidariedade são bem-vindas

Berna Menezes, da Executiva Nacional do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade e Direção Nacional da Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras; fez uma breve saudação a todos presentes, já apontando todas as dificuldades que o Brasil está passando nesse momento, e que toda ajuda e solidariedade são bem-vindas.

Berna comentou sobre a situação da América Latina, a crise de hegemonia e nova ofensiva sobre nossos países e continente: “Bolsonaro é o resultado dessa política protofascista, que tem como estratégia a guerra e a violência sobre os povos”.

Na avaliação de Berna, o governo Bolsonaro teve dois momentos: antes e durante a pandemia. No primeiro momento, com características neoliberais, antissistema, privatista e de ataque ao Congresso e a democracia. Já nesse período, apresenta um desgaste muito grande, por conta da forma irresponsável que encarou a pandemia. Mas retomou a aprovação popular com a aprovação do Auxílio Emergencial, mesmo sendo contra o pagamento de R$ 600, mas a população atribui a Bolsonaro o acesso a esse benefício.

Berna Menezes apontou ainda que a situação que vivemos, é uma confluência de crises: Na econômica (que é parte da crise econômica mundial), “temos uma crise social gravíssima, com 12 milhões de trabalhadores desempregados e desalentados, sem contar a imensa massa de terceirizados e uberizados”. Frente a essa crise, vemos a maior concentração de renda e riqueza dos mais ricos. Em 25 dos estados brasileiros, existem mais pessoas recebendo auxílio, do que pessoas empregadas formalmente. Os empresários e banqueiros lucram milhões de dólares por dia, enquanto temos 24 milhões de pessoas vivendo nas ruas. “O Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo, e ainda assim, sofremos com a fome”.

Berna conclui lembrando que a situação está muito difícil em toda a América Latina, sobretudo com a pandemia “Hoje comemoramos o 7 de Setembro, mas ainda não temos a independência total. Lutamos por uma segunda independência do Brasil. Viva a solidariedade entre os trabalhadores e viva a América Latina!”.

Brasil não é uma ilha separada da América Latina

Em sua exposição, o deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Arlindo Chinaglia (Brasil) saudou aos participantes, agradeceu o convite e parabenizou a FSM por seus 75 anos. O deputado iniciou reforçando que o fato de na Conferência ter sido destacado o ‘Fora Bolsonaro’ é “exatamente a demonstração de solidariedade que foi mencionada pela Berna. O Brasil não é uma ilha separada da América Latina”.

Chinaglia lembrou que, antes do golpe de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff, houve deposições dos presidentes Zelaya (Honduras), Lugo (Paraguai) “e, mais recentemente, na Bolívia, houve um golpe com a participação da Organização dos Estados Americanos (OEA) alegando fraude na contagem dos votos. A rebelião das polícias e ação de um general resultou na renúncia de Evo Morales”.

O deputado afirmou que Bolsonaro ganhou as eleições, “porque Lula foi tirado da eleição quando pesquisas apontavam que ele poderia ganhar em primeiro turno. Além disso, Bolsonaro foi atacado com uma faca durante a campanha, não participou dos debates e fez papel de vítima. Mas além disso, houve apoio popular para ideias fascistas ou protofascistas. Ou seja, o problema é maior”.

Chinaglia destacou que, com o avanço da direita no Brasil, aumentaram casos de violência e ataques contra setores da sociedade. “O País vive momento conturbado”. Ele lembrou da reação de Bolsonaro quando o STF faz a investigação sobre fake news, que atinge o chamado “gabinete do ódio”, dando sinais que poderia tentar dar um golpe militar.

“Mas Bolsonaro não tem liderança, não tem comando, nas altas patentes militares, tanto que não conseguiu cumprir suas ameaças de golpe militar. Importante destacar que não podemos naturalizar aquilo que devemos repudiar (um golpe militar). Sem contar que a elite brasileira não quer golpe. Ela consegue tudo com o governo Bolsonaro, especialmente nas pautas econômicas. Vale lembrar que a grande mídia apoiou o golpe de 64 e apoiaria novamente se precisasse. Ela só deixa de apoiar quando começa a perder dinheiro”.

O deputado trouxe os dados de que 86 milhões de pessoas estão desocupadas ou fora do mercado de trabalho, contra 81 milhões de ocupados, sem contar a parcela que “não tem vínculo formal, logo não tem direitos trabalhistas nem previdenciários”.

“O Fora Bolsonaro não veio dos partidos. Nasceu nas janelas brasileiras com as batidas de panela. Nas casas, apartamentos, sacadas, condomínios. É uma palavra de ordem para ser agitada”.

Trazendo a necessidade de mobilizar a população, o deputado destacou o exemplo dos recentes protestos no Chile. “O povo latinoamericano vai se colocar de pé como é necessário e possível”.

Conjuntura trágica para o povo brasileiro

Amauri Soares, da direção nacional da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, saudou a FSM, da qual a Intersindical é filiada e a todos os sindicalistas e movimentos dos trabalhadores nacionais, americanos e caribenhos e europeus.

Ressaltou que faz parte do movimento nacional de policiais antifascistas. “Hoje 7 de Setembro deveríamos comemorar 198 anos de independência, mas passamos por uma conjuntura trágica para o povo brasileiro. O povo não está feliz, porque está sentindo que a nossa independência está sendo entregue por este governo, o pior que o país já teve.”

Continuou dizendo que Bolsonaro é o pior presidente que governou o Brasil, o grande capacho de Donald Trump e dos EUA. “Precisamos construir uma política oposta a de Bolsonaro, rechaçar a extrema direita. Derrotar os fascistas é a nossa tarefa imediata. A bandeira do Brasil pertence ao povo e não aos bolsonaristas e entreguistas da Amazônia, da nossa democracia e de todas as nossas riquezas”.

“Neste 7 de setembro vamos gritar viva a classe trabalhadora, viva o socialismo e Fora Bolsonaro”, concluiu.

Eduardo Guterra, Presidente em exercício da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística CNTTL (Brasil), que também é presidente da federação dos portuários do Brasil iniciou pontuando que o setor de transportes é um setor estratégico, que está na linha de frente.

“Bolsonaro usa a máquina de fake news para ludibriar as pessoas, usando isso como alicerce da sua campanha e eleição”. Para Eduardo, são três os pilares do governo: Bolsonaro, Guedes e Mourão, quem comanda esse governo. “Hoje o Brasil não tem um projeto econômico para tirar o País da crise, está claro que vamos chegar em 130 mil mortes durante a pandemia, porque o governo virou as costas pra população e não há cuidado e nem investimento na saúde, tal como não há investimento econômico de combate à crise”. Essa pandemia pode ser considerada um genocídio, pois o Brasil é o país que menos fez política de combate ao COVID. Bolsonaro se negou a investir recursos para proteger a vida dos trabalhadores.

Guterra concluiu que o governo Bolsonaro se utiliza da pandemia e a dificuldade de ir às ruas protestar, para fazer passar com mais facilidade os projetos e reformas estruturais no brasil. Bolsonaro acumula mais de 25 pedidos de impeachment. Há ainda o processo de privatização das estatais, onde querem entregar os serviços prestados pelo estado para a iniciativa privada. “Precisamos trazer os trabalhadores para esse debate, defendendo emprego de qualidade e defesa da vida”.

Debater os problemas em nível geral na América Latina

O vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM) – Venezuela e da Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores (CBST), Marco Túlio Diaz, saudou a importância da conferência para debater os problemas em nível geral na América Latina. “No meio de uma pandemia, a classe trabalhadora deve estar mais unida e integrada para buscar resolver os problemas que nos atingem. Contem com toda a solidariedade do povo bolivariano. A cada dia nos sentimos mais fortes e comprometidos com a comunidade e integração dos povos”.

Marco ressaltou que a FSM é um núcleo revolucionário. “É importante que a cada dia nos unamos e trabalhemos focados de que o único inimigo que a classe trabalhadora tem internacionalmente é o imperialismo.” Ele incentivou que se busquem todas as formas de lutar contra o imperialismo.

“Toda a solidariedade da revolução bolivariana aos trabalhadores brasileiros e nos colocamos ao seu lado. Contem conosco. Igualmente aos trabalhadores de toda a região que são fustigados por ataques”.

Conferência necessária e classista

Marcos Lombardi, vice-presidente da União Internacional de Sindicatos de Transporte, Portos, Pesca e Comunicação – UIS e Coordenador Geral do Sindicato Único de Transporte de Carga e Ramos Afins – SUTCRA, do Uruguai, avaliou que a Conferência é necessária e classista.

Lombardi se solidarizou, em nome dos trabalhadores caminhoneiros do Uruguai , com todos os trabalhadores, mulheres e negros brasileiros contra os ataques e o castigo que o governo Bolsonaro está impondo com a retirada de direitos, desemprego, privatizações, sua irresponsabilidade em tomar medidas de saúde para prevenir a pandemia no Brasil.

Todos os trabalhadores devem denunciar isso pelo que passa o Brasil. “Bolsonaro comete assassinato parecido com a bomba de Hiroshima/Nagasaki. É um assassino, que vem matando milhares por não prevenir a população com medidas contra a pandemia. Nós denunciamos o golpe na companheira Dilma, gritamos pela soltura de Lula e o assassinato de Marielle”, diz Lombardi.

Para encerrar saudou a todos com: “viva os trabalhadores, viva o socialismo e Fora Bolsonaro!”

“Na essência da independência e da liberdade, nosso povo nunca conseguiu atingir com plenitude”, conforme Carlos Litti, secretário adjunto da Federação Unitária do Transporte, Portos, pesca e Comunicação da América FUTAC – Brasil, também vice-presidente da CGT e diretor da CNTTL.

“A articulação entre os trabalhadores pode ser a ofensiva ao governo nefasto que temos a nossa frente. Somente uma grande frente ampla dos setores progressistas é capaz de combater esse governo. Precisamos de uma mudança radical, onde apesar dos avanços que tivemos historicamente, precisamos ir além, pois isso dentro do capitalismo são migalhas concedidas à classe trabalhadora pelos ricos. É pra isso que precisamos nos unir no Brasil e na América Latina, para nos organizar e tomar o poder, em um verdadeiro rompimento.

Litti finalizou com esperança: “o poder vem do povo e emana do povo”.

Antônio Lisboa, Secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Brasil, trouxe para o debate os passos para enfrentar o presidente e viabilizar o ‘Fora Bolsonaro’. “Não faltam motivos políticos. Tenho a impressão que muitos setores da esquerda, e até do liberalismo, menosprezaram o governo Bolsonaro sem avaliar quais são os interesses por trás. São feudos. Como o ataque ao meio ambiente, o feudo religioso e do agronegócio, além da atual participação do ‘centrão’”.

“Acredito que nosso grande papel é manter a unidade, como já foi dito aqui. Ninguém derruba um governo sem apoio internacional. Esse é um grande desafio, que já está em andamento e essa conferência é um passo fundamental”. Ele lembrou dos atos “stop Bolsonaro” feito por militantes em diversos países.

Lisboa destacou também a mobilização interna por meio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. “É fundamental que a gente construa uma força internacionalmente, fortalecendo as frentes dos movimentos sociais e entendendo que o Bolsonaro só quer se preservar. Um exemplo é a vitórias que tivemos com o Fundeb, que Bolsonaro buscou impedir o quanto pode e, depois de aprovado, tentou mostrar o Fundeb como uma vitória do governo.

Bolsonaro precisa sair do governo para o país se levantar

Adilson Araújo, presidente da CTB Brasil, iniciou falando que Bolsonaro precisa sair do governo para o país se levantar, para haver empregos novamente, para melhorar os direitos dos trabalhadores. O governo quer por fim aos direitos e sindicatos dos trabalhadores.

“Tomaram de assalto um governo democraticamente eleito da Dilma. A história se repete, este governo é uma farsa. Em pleno século 21 somos uma neocolônia do governo dos EUA, onde os grandes empresários comandam o Congresso. Precisamos de unidade da classe trabalhadora para salvar o país e defender os direitos da classe. Fora Bolsonaro”, encerrou.

O vice-presidente da Classe Trabalhadora do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e presidente da Federação Bolivariana de Trabalhadores e Trabalhadoras de Transporte, Afins e Conexas (FBTTT), Francisco Torrealba, iniciou dizendo que a classe trabalhadora Venezuela se une ao grito dos brasileiros de ‘Fora Bolsonaro’. “Esses eventos ajudam a nos unirmos como classe trabalhadora no mundo”. Ele informou que no mês que vem os venezuelanos devem lançar uma plataforma mundial antimperialista e lembrou dos “bloqueios criminosos” contra Venezuela por parte dos Estados Unidos. “Um presidente louco (Trump), como Bolsonaro”.

Finalizou agradecendo a FSM por estar sempre junto e solidária com o povo da Venezuela nas lutas contra os ataques. Ele comentou também sobre os andamentos dos processos eleitorais democráticos que estão acontecendo em seu País. “Peço que todos fiquem atentos, pois vão dizer muitas mentiras sobre o que acontece na Venezuela”.

Presidente da Confederação Sindical de Trabalhadores José Benito Escobar da Nicarágua CST-JEB e membro do Conselho Presidencial da FSM, Miguel Ruiz, foi enfático ao dizer que Bolsonaro é uma maldição para a América Latina. “Ele defende o grande capital que vem matando a população”.

E continuou: somos anti-imperialistas , a luta é permanente, diária. “Os trabalhadores do continente devem se unir. O Brasil é um grande país, que precisamos no unir para combater o capitalismo e a pandemia”.

O Membro da Junta Diretiva da União Nacional de Empregados Bancários da Colômbia, Ernesto Mora, falou também em nome da FSM da Colômbia.

Mora caracteriza que a nossa direção sindical e popular protagonizou a luta de classes na América Latina. Os governos do Brasil e Colômbia estão em primeiro lugar no ranking de mortes na pandemia: governam para as grandes corporações e não para os pequenos, camponeses e jovens. São submissos aos EUA, e se colocam a disposição para atacar os vizinhos, se for a vontade dos EUA.

Bolsonaro é responsável pela devastação da Amazônia e pela crise da saúde, com tantas mortes. Assim como na Colômbia, há um terrorismo de estado.

Apontou ainda que um Fórum Social Mundial deve acontecer para que possamos discutir ações concretas, onde as organizações sindicais construam políticas. Seguem massacrando o povo, com máfias paramilitares, no campo e na cidade contra aqueles que lutam, é preciso uma ação conjunta campesina e popular anti-imperialista. Finalizou afirmando que “Sem solidariedade entre a classe trabalhadora, não há futuro”.

Linhas de combate para fortalecer o movimento sindical no mundo

De acordo com o presidente da Confederação de Trabalhadores do Equador, Edgar Sarango, neste momento tão difícil para a humanidade é importante que cada um e todos tracem as linhas de combate para fortalecer o movimento sindical no mundo e combater governos que atuam para precarizar o trabalho no mundo.

“Para nós, cabe levantar uma grande bandeira de luta e um programa de defesa da democracia, da classe trabalhadora e dos povos”. Sarango finalizou reforçando que é preciso nos fortalecermos com o sindicalismo classista e com um projeto político transformador, “onde a classe trabalhadora passe da resistência ao ataque”.

Mulheres da América Latina e Caribe

“Falar de Bolsonaro é falar de privatização, da defesa do neoliberalismo, da defesa do grande capital, da violência de gêneros, alinhamento aos EUA contra os mais pobres, contra os trabalhadores, por isso rechaçamos Bolsonaro”, diz Carmela Cifuentes, vice-presidente Confederação Geral dos Trabalhadores do Perú – CGTP e Coordenadora das Mulheres da FSM na América Latina e Caribe.

De acordo com Cifuentes, especialistas já diziam que quando terminar as riquezas naturais na Europa e Estados Unidos vão explorar a floresta Amazônica e Bolsonaro é o governo ideal para isso. Ele não tem nenhum compromisso com o meio ambiente. Faz um governo assassino!

“A luta continua, Fora Bolsonaro!”, bradou.

Ignácio Campora, secretário de Comunicação da Associação de Trabalhadores do Estado-Capital e Coordenador da FSM – Argentina, disse que o ‘Fora Bolsonaro’ implica ir a fundo nas ações, ataques e falta da solidariedade do governo Bolsonaro, que retroage aos piores períodos das ditaturas de América Latina. “Temos histórias comuns de países colonizados. Temos que estar unidos”.

Ele ressaltou a importância de retomar o poder das forçar progressistas na América Latina, “não apenas para ter o poder, mas para aprofundar as medidas progressistas” e garantir direitos para as populações latinoamericanas.

O Presidente da Federação Sindicatos Nestlé e Secretário Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Público e Privado CGTP Membro da Coordenação da FSM – Chile José Gusmán lembra a grande revolta que ocorreu no Chile, que começou com os estudantes e surpreendeu a todos. Isso fez com que os movimento sindical fizesse uma frente ampla para se recompor e lutar contra o governo de ultra direita.

Os governos neoliberais, como Brasil e Chile usam uma política que protege as grandes empresas, mas não os trabalhadores. Se precisar impulsionar a economia, deve começar protegendo a classe trabalhadora. Gusmán conclui: “Fora Bolsonaro e Renuncia Piñera!”

Modelo neofascista de política

Para o secretário Geral Adjunto do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai, Santiago Ortiz, é fundamental dar apoio a essa luta ‘fora Bolsonaro’ por ele representar um modelo neofascista de política. “Confrontar o fascismo é fundamental, além de ter a unidade de classe trabalhadora. Devemos defender as liberdades democráticas com unidade da classe trabalhadora”.

Ortiz aproveitou o espaço da conferência para “denunciar o terrorismo de estado do Paraguai”, se referindo ao recente assassinato de duas meninas por tropas militares do Paraguai durante ação contra o grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP).

Vice-presidente da UIS – Transporte, Portos, Pesca e Comunicação e Coordenador Equipe FSM (Espanha), Luís Miguel Busto solidarizou-se contra o ditador Bolsonaro, como ele qualificou.

“A classe trabalhadora brasileira deve assumir a responsabilidade de derrotar Bolsonaro e a das Américas respaldá-la e lutar por mais autonomia, liberdade e sem fronteiras entre as nações para derrotar o capitalismo”, avaliou.

Ao final do encontro virtual, Ricardo Maldonado (Chile), foi convidado para fazer uma breve saudação, onde agradeceu e falou da importância das organizações dos trabalhadores em toda a América Latina. Maldonado saúda todos os trabalhadores da América Latina!

Viviane Barbosa ainda fez uma nova saudação, em nome das mulheres, fortalecendo a presença feminina nos sindicatos e organizações dos trabalhadores. A conferência terminou como nova execução do Hino da Internacional Socialista e gritos de “Fora Bolsonaro”.

ASSISTA  ao vídeo da Conferência Internacional Fora Bolsonaro:

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