A presidenta da Caixa, Miriam Belchior, anunciou na quinta-feira, 10, nova reestruturação do banco, com medidas que representam um desmonte da instituição financeira. A iniciativa foi apresentada em reunião com representantes da CCE/Caixa e Fenae, em Brasília, mas sem muitos detalhes. Também não houve abertura para diálogo ou negociação com os trabalhadores, em total despeito à representação dos empregados.
Segundo o banco, o objetivo da reestruturação é o fortalecimento da Caixa e a adequação do banco à conjuntura atual, que exigiria eficiência e uso dos recursos com inteligência. O pano de fundo da reestruturação, contudo, é o desmonte do banco e do seu papel social, com o fortalecimento das áreas de negócios e sua conseqüente adequação à lógica de mercado.
Não por acaso, circula no Congresso Nacional o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555, que prevê a abertura de capital de no mínimo 25% das empresas públicas e altera diversos outros pontos do estatuto das estatais, favorecendo uma gestão mercadológica das empresas públicas e beneficiando os investidores privados. Portanto, está claro que o processo de reestruturação contribui com o projeto de privatização do banco.
A previsão é de que a reestruturação, cujo prazo de conclusão está marcado para 15 de abril, atinja todas as áreas-meio da Caixa. Algumas terão os processos centralizados, automatizados, e vários cargos serão migrados para e centralizadoras, realocando parte significativa do funcionalismo. Estima-se a realocação de 570 pessoas só em Brasília, e a extinção de 437 gratificações e 32 unidades de estrutura da matriz. No Espírito Santo, já foram anunciadas a extinção da GIREC E GIPES, atingindo um total de 49 empregados e 37 funções. Também será reestruturada a GIRET, que abrange as RERET’s.
O desmonte foi anunciado pouco tempo depois que a instituição financeira divulgou o lucro líquido de 2015, de R$ 7,2 bilhões, o que representa um aumento de 0,9% em relação a 2014. A lucratividade demonstra que a justificativa econômica não é razão para as medidas propostas. Ao contrário, deveria ser condição para ampliação de investimentos no banco e valorização do corpo funcional, especialmente com a contratação de mais empregados – hoje principal demanda para redução dos problemas de condições de trabalho nas unidades.
Reiteramos aqui nosso posicionamento em defesa da Caixa e do patrimônio público brasileiro. Preservar o banco não exige o desmantelamento de sua estrutura organizativa, mas o fortalecimento da Gestão de Pessoas, a ampliação do número de empregados e o cumprimento do papel social do banco. Diante de mais esse ataque aos nossos direitos, convocamos todos os empregados da Caixa para unificar a luta contra a reestruturação. É momento de organizar todas as bases estaduais, todos os bancários e bancárias atingidos para barrar esse nefasto processo de reestruturação.
#JUNTOS SOMOS FORTES! #MOBILIZAÇÃO JÁ! #FORA MIRIAM BELCHIOR! #A CAIXA SOMOS NÓS!
Diretoria do Sindicato dos Bancários/ES
Gestão 2015/2018
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