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Amauri Soares: Educação acima de TUDO!

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Neste dia 15 de maio, amanhã, o Brasil viverá a maior manifestação da comunidade escolar de sua história. Do pré ao pós doutorado, as escolas vão parar para protestar contra a onda de ataques que a educação tem sofrido do governo Bolsonaro. Ou do movimento que apóia Bolsonaro, pois os ataques já começaram muito antes da eleição do atual governo.

E é óbvio que as manifestações são legítimas, além de absolutamente necessárias. Os cortes orçamentários não são de hoje, como se sabe. Foram intensificados nos últimos anos, e com a aprovação da “PEC da morte” do Temer (que hoje é a Emenda Constitucional 95), a tendência já era de diminuição continuada dos recursos para a educação, assim como para a saúde e a assistência social. Bolsonaro e seu ministro olavista radicalizam isso, inclusive expressando sem rodeios que certas áreas do conhecimento devem ser extintas das universidades públicas. E se sentem maravilhosos ao afirmar que as pessoas não precisam se preocupar, que os atuais estudantes destas áreas vão ter o direito de se formar. Nem percebem o absurdo que é a eliminação de qualquer área do conhecimento, hoje ou em qualquer tempo futuro. Aliás, isso, em si, significa matar o conceito de “universidade”. Mas vá explicar isso para um terraplanista, ou para o próprio presidente da república… A chantagem de que, se for aprovada a PEC da previdência não precisa cortar da educação, é típico de quem não conhece a Constituição de 1988, pois nela o financimanto da educação passa por longe do financimanto da previdência. Ou desconhecem, ou fazem questão de se opor, por motivação ideológica.

Mas não só as áreas de “humanas” estarão nas ruas no dia 15 de maio. As tecnologias, exatas, básicas, biológicas também vão, inclusive porque sabem fazer conta. Está na prancheta o tamanho do corte para cada área, para cada centro de ensino, para cada escola, para cada instituto. Os defensores do governo e seus funcionários criadores de mentiras financiadas por empresas privadas (inclusive empresas privadas de educação) percebem que o movimento do dia 15 de maio vai ser forte, tanto que a indústria de fake news está a todo vapor. Em alguns minutos olhando as redes, se acha de tudo: falsas notícias de que as universidades estão se manifestando porque não querem prestar contas, e até a “notícia” de que uma universidade está fazendo licitação para comprar dois mil pênis de borracha. E o que espanta é que ainda tem gente que acredita nisso!

Mas o movimento vai ser forte, não obstante toda a tergiversação do governo e dos meios de comunicação, não só por conta dos em si inaceitáveis cortes de recursos. A ofensa e o maltrato contra quem trabalha com educação no Brasil é algo indescritível, a ponto de autoridades (incluindo o ministro da área) incentivarem estudantes de extrema direita (ou extrema ignorância) a filmarem seus professores e professoras se estes falarem algo que considerem como conteúdo de esquerda. Não percebem que só pode qualificar como impróprio um conteúdo justamente quem pensa o contrário. Ou seja, é estabelecer uma batalha ideológica dentro da sala de aula, pois só estudantes possuídos por conceitos de extrema direita sentiriam vontade de filmar e denunciar um professor ou professora por ser, supostamente, de esquerda. Até porque não consta que tenham incentivado estudantes de esquerda a filmar e denunciar professores de direita. Ou Olavo de Carvalho considera que todos os professores do Brasil são de esquerda? Claro que só uma obtusidade fascista conseguiria pensar desta forma! Mas é bom não duvidar…

Cabe a cada pessoa efetivamente preocupada com o futuro deste país apoiar a Greve Nacional da Educação que vai acontecer neste 15 de maio. Toda a classe trabalhadora deve ir junto, já preparando a Greve Geral para o mês que vem, para frear a retirada de direitos, as privatizações, a humilhação do país diante de um bando de desqualificados com taras fascistas.

Estudantes, professoras, professores, técnicos(as) das insittuições, parabéns pela luta! Em frente, que o Brasil de verdade vai com vocês!

Florianópolis, 14 de maio de 2019.

Amauri Soares
Diretor da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

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