Denúncia do professor Renato Rodrigues expõe o projeto de privatização da educação paulista e destaca a mobilização de trabalhadores e estudantes na Zona Leste.
A educação pública paulista está sob ataque. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), com seu secretário de Educação Renato Feder, tem implementado uma política ultraliberal que fere frontalmente o direito à educação de qualidade e desrespeita o trabalho de milhares de profissionais da educação. Em nome de uma pretensa “modernização” da gestão educacional, impõe-se uma lógica de mercado que transforma a educação em mercadoria e coloca sob suspeita o compromisso do funcionalismo público.
O professor Renato Rodrigues, diretor do Sinpeem e conselheiro estadual da Apeoesp, denuncia: “A preocupação central é a testagem em detrimento da formação integral dos estudantes. O foco é o desempenho no Saresp, mas esse índice não reflete a complexidade da educação e serve apenas como ferramenta de culpabilização e perseguição aos/às trabalhadores/as”.
Segundo o educador, essa é uma estratégia calculada para justificar a privatização da rede estadual e a retirada de direitos. A realidade nas escolas desmente o discurso de modernização: “Temos escolas de lata, televisores que não funcionam, salas superlotadas e nenhuma condição para um trabalho digno. É a velha tática de sucatear para privatizar.”
A ofensiva é também autoritária. Na Diretoria de Ensino Leste 3, zona leste da capital, diversos gestores foram exonerados e substituídos por nomes alinhados à extrema direita, sem qualquer compromisso com o diálogo. Professores e diretores têm sido submetidos a assédio e ameaças de demissão caso não cumpram metas de desempenho irrealistas.
Mas a resposta veio das bases. No último dia 26 de junho, um ato unificado reuniu professores/as, estudantes, movimentos estudantis, o Sinpeem e a Apeoesp na frente da Diretoria de Ensino Leste 3, localizada em José Bonifácio, regiões de Itaquera e Guaianases. A mobilização demonstrou a indignação da comunidade escolar e a disposição de luta contra a privatização e em defesa da escola pública.
“O governo Tarcísio e seu secretário de Educação, Feder, vêm aprofundando os ataques sobre a categoria, sucateando a escola pública com o objetivo claro de privatização. É um projeto de destruição da educação pública, que se repete em outros estados governados pela extrema-direita, como Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Estão caçando diretores que não alcançaram o índice do Saresp e os substituindo por figuras alinhadas com sua cartilha autoritária”, afirmou Renato.
Ele também destacou que a Escola Maria de Lourdes foi uma das que se mobilizou devido à exoneração da diretora Renata, unindo juventude, professores/as e a comunidade. “Estivemos na Diretoria para tentar dialogar com a dirigente Erika Yoshida, que tem como prática o autoritarismo. Viemos em defesa da escola pública e contra o sucateamento.”
“Estamos organizando a região. A resistência vem dos/as professores/as e dos/as estudantes. Essa luta é nossa e é urgente!”, finaliza Renato. A Intersindical Central da Classe Trabalhadora se soma ao chamado coletivo por uma educação voltada às necessidades humanas, e não às demandas do capital. É hora de barrar o retrocesso e defender a educação como direito e como projeto de nação.
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