Depois de anunciar o fim do terceiro turno de trabalho na fábrica da Camaçari, na região metropolitana de Salvador (BA), a Ford optou pelo regime de layoff para 1.800 trabalhadores. O grupo vai ficar afastado por cinco meses, a partir do dia 14 de março, e receberá parte dos salários pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Esta é a primeira vez que esse sistema foi adotado pela Ford na unidade de Camaçari. O FAT vai pagar o teto (R$ 1.500,00) e o restante do salário dos trabalhadores será pago pela Ford.
Inicialmente, o layoff dura cinco meses, podendo ser renovado pelo mesmo período. Neste tempo, o trabalhador precisa passar por cursos de capacitação profissional, oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e ter presença de pelo menos 75% na sala de aula. Ao final do período, se forem demitidos, os trabalhadores que aderiram ao layoff não terão direito ao seguro desemprego.
Segundo o comunicado, a empresa está implementando a suspensão temporária do contrato de trabalho (layoff) e irá manter o Programa de Demissão Voluntária (PDV). Até o momento, 347 trabalhadores optaram pelo PDV.
Inaugurada em outubro de 2001, a fábrica reúne a Ford e 23 parceiros, que fornecem sistemas para os veículos diretamente na linha de montagem. Nela são produzidos veículos como o Ka, nas versões hatch e sedan, um dos carros mais vendidos do Brasil, e o EcoSport.
A Intersindical Central da Classe Trabalhadora alerta para o caráter pernicioso do regime de layoff, usado na prática para chantagear o trabalhador e postergar demissões, deixando os trabalhadores completamente desprotegidos após o layoff e sem acesso ao seguro desemprego.
Tópicos relacionados
Comentários