Os líderes dos movimentos sociais que compõem a Frente Povo Sem Medo e Brasil Popular avisaram quinta-feira (18) em coletiva de imprensa realizada em São Paulo: não vamos aceitar um golpe dentro do golpe. Os eixos “Fora Temer”, “retirada imediata das reformas Trabalhista e Previdenciária” e a retomada da democracia por eleições diretas nortearão a luta nos próximos dias.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, abriu a coletiva avisando que os movimentos sindical e sociais lutarão pela saída de Michel Temer (PMDB) da presidência da República e para que “esse Congresso corrupto, mergulhado em denúncias, não eleja um novo presidente por eleição indireta”.
“Diferentemente do que se colocou hoje, o Brasil não vive nenhum momento de crescimento econômico, pelo contrário o Brasil tem 14, 5 milhões de desempregados, os acordos coletivos são muito menores que os do ano passado, a informalidade campeia, cresce a pobreza, a exclusão, a violência urbana. O golpe só trouxe um absurdo de inconsistência e problemas. Não adianta uma parcela da mídia e os golpistas dizerem que tava todo indo bem”, afirmou.
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), avisou que sem eleições diretas o povo continuará na rua. “A questão agora é o que vem depois. Temer se agarrar ao cargo de maneira patética não tem condição, vamos às ruas pelo Fora Temer, mas para além disso não basta tirar o Temer. Há uma operação em curso de setores do judiciário, parlamento… para construir uma saída política sem passar pelo voto popular. Eleição indireta é golpe, se colocarem o Rodrigo Maia, estaremos nas ruas, se colocarem a Carmem Lúcia, estaremos nas ruas”.
Gilmar Mauro, coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), enfatizou a necessidade de os movimentos pressionarem pelas “Diretas Já” também junto aos deputados e senadores e conclamou uma unidade nacional. “Temos de conclamar todos, inclusive setores que apoiaram o impeachment por conta da ilusão construída pelos meios de comunicação e que agora se dão conta de que o golpe é político, mas também com retrocessos sociais votados por esse Congresso.”
Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, enfatizou a necessidade de irmos às ruas e conclamarmos uma nova greve geral caso o calendário de reformas dos arquitetos do golpe não seja retirado definitivamente da pauta do Congresso Nacional.
Em diversas cidades do país já estão acontecendo manifestações desde a divulgação da notícia.
Em São Paulo, uma grande mobilização acontecerá domingo (21) na Avenida Paulista, às 14h. E para a próxima quarta-feira (24), o Ocupa Brasília continua mais ativo do que nunca. Os movimentos sociais estarão levando centenas de ônibus a Brasília com manifestantes que encherão a Praça dos Três Poderes exigindo democracia, eleições diretas e o fim das reformas trabalhista e previdenciária.
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