SÃO PAULO – Os garis realizam, desde as 6h desta segunda-feira, uma paralisação na cidade de São Paulo em protesto contra a demissão de quase 2 mil trabalhadores da categoria pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). A previsão é que pelo menos 1.500 pessoas, responsáveis pela varrição das ruas da capital, tenham aderido a greve.
Segundo o presidente da Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), José Moacyr Malvino Pereira, o número de trabalhadores dispensados caracteriza demissão em massa e, por isso, a medida deveria ter sido discutida com a categoria.
Pereira afirma que até o final do ano o número de garis demitidos deve chegar a 3.300. Atualmente, a cidade conta com 8.300 trabalhadores somente na varrição.
Conforme o Siemaco, até o momento não há a previsão de caminhadas ou atos de protesto durante o dia.
A paralisação seguirá a lei de greve e, por se tratar de serviço essencial, 80% dos funcionários vão trabalhar normalmente, disse o presidente do Siemaco.
O serviço de varrição na cidade de São Paulo é terceirizado e realizado por cinco empresas contratadas: Unileste, Delta Construções, Qualix, Paulitec e Construfert.
Corte na verba
Alegando queda nas receitas do município, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) determinou, em agosto, o corte de 20% no orçamento da limpeza neste ano, o equivalente a menos R$ 54 milhões. Com a medida, deixaram de ser limpos 1.388 quilômetros de vias – grande parte localizada na região central e no centro expandido da capital.
Foram demitidos 1.868 funcionários e, com isso, a capital paulista passou a ter um gari para cada 1.743 habitantes.
De acordo com o sindicato, ficou acertado que a Prefeitura tentará, até sexta-feira, elevar o valor do orçamento para a varrição em 2010, a fim de readequar o contrato e evitar novas demissões. Porém, ainda não há nenhuma reunião agendada.
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