Em greve desde o dia 1° de fevereiro, os petroleiros conquistam a suspensão temporária das mil demissões na Fafen- PR, no mesmo dia em que ocorreu forte mobilização da sede da Petrobras no Rio de Janeiro.
Neste terça-feira (18/02), ocorreram três fatos de grande relevância para a greve petroleira. A decisão provisória de suspensão das demissões na Fafen, a convocação de reunião de mediação no TST e uma forte manifestação em solidariedade a greve no Rio de Janeiro.
A greve petroleira conquistou uma vitória temporária, porém expressiva: a suspensão provisória das demissões dos trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), plana controlada pela Araucária Nitrogenados (ANSA), empresa subsidiária da Petrobras.
A decisão judicial foi tomada pela desembargadora do TRT-PR, Rosalie Michaele Bacila, em audiência de conciliação que terminou a suspensão das mil demissões, inclusive das 144 já notificadas formalmente pela ANSA.
A demissão suspende as demissões até o dia 6 de março, quando haverá nova audiência de conciliação no TRT-PR. O Sindquímica-PR e a FUP avaliam como uma vitória parcial a decisão, pois ainda cabe recurso por parte da ANSA.
As demissões na Fafen estão em desacordo com o Acordo Coletivo firmado entre os sindicatos petroleiros e a Petrobras e suas subsidiárias, que impede demissões em massa sem a devida negociação com as organizações da categoria. São demissões ilegais e que devem ser suspensas imediatamente.
A Federação Única dos Petroleiros – FUP, com a intermediação de parlamentares do campo progressista, conseguiu uma audiência na tarde de terça-feira (18) com Ives Gandra, ministro do TST, que na última segunda-feira (17) havia proferido decisão monocrática decretando a ilegalidade da greve.
A FUP protocolou petição com os termos da negociação junto aos autos do processo sob relatoria do ministro.
Após a reunião e em resposta a petição dos petroleiros, Gandra convocou reunião de mediação para sexta-feira (21/02). No seu despacho, condiciona a realização da reunião à suspensão da greve.
O próprio fato de agendar a reunião de mediação já é um avanço, um passo inicial no processo de negociação que se encontrava bloqueado neste 18 dias de greve, devido a resistência da diretoria da Petrobras e a postura parcial e patronal do relator da matéria do TST, com aval de Dias Toffoli (STF).
As 16 horas desta mesma terça-feira, iniciou-se no Rio de Janeiro a Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobrás e do Brasil, que reuniu milhares de pessoas no centro da capital carioca. Foram 15 mil pessoas, de diferentes movimentos sociais de vários estados do país, que se uniram aos petroleiros na luta em defesa da Petrobras, dos empregos e da soberania nacional.
A concentração da Marcha se deu na porta da sede da Petrobras, na Av. Chile, onde ocorre a Vigília da Resistência Petroleira, e se deslocou até os Arcos da Lapa no centro da cidade.
Segundo Edson Carneiro Índio, Secretário-Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, que esteve presente na Marcha “A Greve dos petroleiros merece a solidariedade de toda a classe trabalhadora, é um ato de repúdio ao governo entreguista e de defesa do emprego e soberania nacional”.
A avaliação geral da Marcha foi bastante positiva e sinaliza para um maior envolvimento dos movimentos sociais e sindicais na luta contra o desmonte do estado e de suas estatais.
Os próximos passos da greve petroleira serão debatidos na reunião da direção da Federação, no Rio de Janeiro e discutidos nas bases dos sindicatos do setor nesta quarta-feira (19/02).
Texto: Pedro Otoni
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