A Intersindical Central da Classe Trabalhadora manifesta seu total apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que paralisaram suas atividades no último dia 14 de novembro.
A greve foi aprovada depois de oito tentativas de negociação com a direção da empresa, que não apresentou nenhuma proposta econômica e ainda manifestou intenção de retirar direitos já conquistados e previstos no Acordo Coletivo de Trabalho. A diretoria deseja congelar salários, prevendo reajuste zero também em tickets, auxílios creche e auxílio pessoas com deficiência e quer acabar com o vale cultura e com as multas por descumprimento do ACT.
A greve dos trabalhadores da EBC ocorre num momento muito delicado da conjuntura política e econômica brasileira. É a primeira greve de abrangência nacional (as três praças da empresa estão paralisadas) realizada depois da aprovação da Reforma Trabalhista que retirou direitos dos trabalhadores, com um agravante, já que o patrão é o próprio Estado.
Vale lembrar que a EBC vem passando por um processo de desmonte promovido pelo governo de Michel Temer, desde que este assumiu em agosto de 2016. Uma das primeiras ações do governo golpista foi a edição da MP 744, que entre outras coisas, extinguiu o Conselho Curador da EBC, órgão com participação da sociedade na definição dos rumos editorias e administrativos da empresa. A Lei n. 13417/2017 confirmou a MP e a política de desmonte.
A intransigência da EBC na mesa de negociação só confirma a política de demonstre da comunicação pública, na medida em que aponta para flexibilizações, que visam a redução massiva no quadro de funcionários – com a possibilidade de demissões sem ônus para a empresa – e o fechamento das praças fora de Brasília. Tal política está alinhada à perspectiva do governo golpista de mudar o caráter da EBC, transformando-a em veículo meramente estatal, ou seja, em correia de transmissão de ações governamentais.
Repudiamos as ameaças, censuras e perseguições de cunho político/editorial contra funcionários da empresa, que vêm ocorrendo desde a mudança na direção da empresa. Repudiamos a perspectiva intransigente e autoritária da atual diretoria, que se nega a negociar e a apresentar propostas concretas aos funcionários. E repudiamos, também, a postura do atual presidente Laerte Rimoli, que vem tecendo comentários machistas e racistas nas redes sociais deste que assumiu a direção da empresa.
A Intersindical, em linha com o movimento pela democratização da comunicação, defende a manutenção e o fortalecimento da comunicação pública da EBC. Não podemos continuar a viver num país em que os meios de comunicação comerciais detêm o total controle da produção do conteúdo que é veiculado na esfera pública.
É preciso fortalecer o campo da comunicação pública, garantindo a produção de conteúdos de interesse público, e consolidando uma rede de distribuição que possa conectar a comunicação comunitária, popular e regional que é produzida no país. E não se faz comunicação pública de qualidade sem que sejam garantidos direitos e condições dignas aos trabalhadores e trabalhadoras!
Foto: Mídia Ninja
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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