Desde 2016, o golpe em curso no Brasil tem mostrado suas garras na devastadora retirada de direitos contra a classe trabalhadora. O Congresso Nacional, o Judiciário, o MPF, tem sido utilizados como instrumentos do grande capital para acelerar o ritmo da precarização da vida dos trabalhadores e trabalhadoras e para perseguir aqueles e aquelas que lutam.
Neste último dia 16/08, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) sofreu mais um ataque direto do projeto do golpe, em Santa Catarina. A Polícia Federal fez cumprir medida cautelar, a pedido do Ministério Público Federal, no campus de Abelardo Luz do Instituto Federal Catarinense (veja texto da Decisão ao final). Essa medida acarretou no afastamento das funções públicas dos companheiros Ricardo Velho e Maicon Fontaine, além da apreensão de celulares e computadores, e da quebra do sigilo de informação destes e da reitora do IFC Sonia Regina.
Aquele campus avançado do IFC de Abelardo Luz, tem sua história vinculada aos movimentos sociais do campo, especialmente o MST. A região, no oeste catarinense, é formada por uma concentração de assentamentos da reforma agrária, conquistados em movimentos de ocupação desde a década de 1980.
O campus do IFC fica situado nesta área, e surgiu por demanda dos trabalhadores rurais desta região, com a perspectiva direcionada ao arranjo produtivo local de agricultura familiar. Há anos, o agronegócio vem disputando posição no campus, no intuito de que aquela instituição pública se volte à formação de mão de obra para o agronegócio. As acusações do MPF são de que o campus Abelardo Luz seria controlado pelo MST, e de que um curso de graduação da instituição teria sido criado para uso do MST.
É o golpe mostrando sua face, cada vez mais aberta, patrulhando uma escola com justificativas que lembram em muito o projeto “Escola Sem Partido”. A insanidade da “escola sem partido” só permite que não seja considerado ideológico aquilo que tem expressado concordância com o projeto em curso no Brasil, e tentam criminalizar todos aqueles que resistem aos seus ataques.
Neste sentido, a Intersindical Central da Classe Trabalhadora se coloca ao lado dos trabalhadores rurais sem terra, dos estudantes, professores e técnicos do IFC e de todos aqueles que persistem lutando por um mundo mais justo, em que todos tenham direito a terra e alimentação de qualidade.
Não a criminalização dos movimentos sociais!
Todo apoio aos que lutam!
Intersindical Central da Classe Trabalhadora
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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Michel Silva disse:
Na verdade trata-se do campus Abelardo Luz do Instituto Federal Catarinense, cuja sigla é IFC.