A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora enviou quatro dirigentes para participar da 1ª Conferência Latina Americana de Bancários, organizada pelo Fórum Sindical Mundial (FSM), realizada dias 26 e 27/08, em Lima, capital do Peru. A Conferência reuniu bancários de nove países: Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador, Panamá, Peru, Colômbia, Nicarágua e Brasil.
“Fomos debater as condições de trabalho dos bancários latinos e percebemos que a nossa categoria está mais avançada, na defesa de seus direitos, na Venezuela e Equador, onde os bancos foram estatizados pelos governos socialistas”, esclarece Eneida Koury, da Coordenação Nacional da Intersindical e Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Em contrapartida, Eneida explica que em países com forte influência dos EUA, caso da Colômbia e Peru, os bancários têm muita dificuldade de negociar salários e outros direitos. Porque, apesar de serem funcionários de bancos estatais estão em estágio avançado de terceirização. “Lá existem três formas de contratos individuais (não são de âmbito nacional e coletivos como no Brasil). Suas campanhas salariais são por banco, portanto não unificadas com acordos coletivos enfraquecendo o poder de barganha dos trabalhadores, que há três anos estão sem reajuste salarial, porque não conseguem unidade para reivindicar salários melhores”, reforça Eneida.
A campanha é segmentada chegando ao ponto de que em cada banco os funcionários são representados por um sindicato próprio, para dificultar a união e uma greve forte. Os representantes das estatais só aceitam negociar questões relativas à saúde e segurança travando as reivindicações salariais.
“Na Colômbia, país que sofre um dos maiores domínios político norte-americano, seus dirigentes sindicais são assassinados nas cidades. No Peru, são ameaçados de morte”, finaliza Eneida.
Estratégias para defender os trabalhadores
De acordo com Ricardo Saraiva Big, Secretario de Relações Internacionais da Intersindical e Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, no Brasil ainda estamos mais avançados na defesa dos direitos dos bancários, principalmente contra a terceirização, que já chegou de alguma forma em todos os países do continente.
“É muito importante o nosso relacionamento com os trabalhadores de outros países latinos e de outros continentes para traçarmos estratégias de defesa pelos direitos da classe trabalhadora. Por melhores condições de trabalho, combate à terceirização que assola o mundo e escraviza a força de trabalho”, resume Big.
No encerramento, Eneida falou em nome de toda a delegação brasileira. O Secretario de Relações Internacionais da Intersindical (Big) foi convidado para falar no dia seguinte, 28, na abertura do 3º Congresso dos Bancários do Peru sobre a luta da categoria no Brasil contra a terceirização e as más condições de trabalho.
Além de Big e Eneida, também participaram pela Intersindical, com importantes intervenções sobre a as condições de trabalho e o lucro do sistema financeiro brasileiro, os dirigentes Idelmar Casagrande e Carlos Pereira de Araújo, do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos e região
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