Em mais uma tentativa de desmobilizar a categoria para a greve, o Itaú dá provas de que o reajuste salarial proposto pelos banqueiros é ruim para os/as trabalhadores/as. Fingindo se preocupar com os/as empregados/as, o Comitê Executivo do banco espalhou nesta quinta-feira (1/9) um e-mail para tentar iludir a categoria distorcendo alguns fatos. O Itaú pouco se importa com o que é “relevante para você” e só a mobilização forte dos/as bancários/as irá garantir o mínimo de condições de trabalho e vida.
Uma das primeiras mentiras do comunicado do Itaú é que o abono proposto representa reposição maior que a inflação. O argumento é falso porque o valor não incorpora ao salário, mantendo as perdas e não ampliando o poder de compra. Além de achatar a remuneração, o tal abono não incide sobre 13° salário, férias, INSS, FGTS, PLR, direitos que fazem falta no presente e no futuro, na hora da aposentadoria.
O Itaú segue seu teatro abordando que o piso salarial da categoria é bom, como se o atual piso fosse um “presente” dos banqueiros. “Eles fingem esquecer que os valores atuais foram conquistados pela categoria por meio das greves e lutas, sem contar a defasagem histórica, que reflete em perdas até hoje, por conta desta mesma política de pagar parte dos reajustes com abono único. Só a luta muda a vida”, afirma Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e região.
A propaganda enganosa continua ao afirmar que os bancos pagam bem “mesmo levando em conta os desafios atuais enfrentados pela economia brasileira”. Os banqueiros são parte responsável pela chamada crise, que nem de longe os afeta e seus números comprovam. No ano passado, os cinco maiores bancos lucraram R$ 69,9 bilhões, ou 16,2% mais que em 2014.
Destes quase R$ 70 bilhões, R$ 23,8 bilhões foram acumulados pelo Itaú (15,6% a mais que no ano anterior). A reivindicação econômica desta Campanha Salarial é reajuste de 14,78%. Basta analisar os lucros bilionários, conseguidos à custa da classe trabalhadora, para perceber que o índice é totalmente viável para os banqueiros, principalmente os dos Itaú!
Na última linha, a mentira mais cruel da mensagem do Comitê Executivo do Itaú: “Gente é tudo para a gente”. A tentativa de frase bonita destoa do fechamento de 2.711 postos de trabalho dentre 2014 e o ano passado e dos 20,5 mil postos a menos no período de março de 2011 até dezembro de 2015. Sem contar o assédio moral para o cumprimento de metas e a sobrecarga causada pelas agências digitais, práticas que adoecem a categoria.
“Exigimos um reajuste salarial digno, melhores condições de trabalho, fim das demissões e mais contratações. Para isso, é fundamental a mobilização dos bancários e das bancárias para fazermos uma forte campanha salarial, que deverá ser uma das mais duras dos últimos anos”, ressalta Eneida.
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