O Banco do Brasil inaugurou no dia 10 de abril, em São Paulo, o que a instituição financeira está chamando de “loja de atendimento”, com funcionários terceirizados que fazem serviços de bancários e bancárias. Isso nada mais é do que um banco sem bancários, uma novidade no Brasil que encontra respaldo na reforma trabalhista, que liberou a terceirização em todas as atividades de uma empresa. O banco sem bancários tem parceria com a iniciativa privada, foi inaugurado sob o conceito “Mais BB Padronizado” e oferece comercialização de produtos.
A diretora do Sindicato dos Bancários/ES Evelyn Flores alerta que há o perigo de que o que hoje é novidade no Brasil pode se tornar regra.
“É lamentável que o BB, um banco público, seja o primeiro a inaugurar uma agência sem bancários e bancárias, com todos seus trabalhadores e trabalhadoras terceirizados. Daqui a pouco outras instituições financeiras, principalmente os bancos privados, estarão fazendo o mesmo”, diz.
Para ela, isso pode ser evitado caso os trabalhadores e trabalhadoras tenham a clareza da necessidade de adesão às mobilizações da Campanha Nacional 2018 e de uma greve maciça para evitar o rebaixamento do padrão de contratação nos bancos.
“A reforma trabalhista legaliza não somente a terceirização em qualquer atividade das empresas, mas também outras formas de contratação, como a pejotização, autônomo exclusivo, contrato intermitente e teletrabalho. Por meio delas, a pessoa pode exercer a atividade bancária sem ser um trabalhador bancário, sem ter os mesmos direitos que nós. Para os banqueiros isso é muito interessante, pois ao rebaixar salários e retirar outros direitos, eles aumentam ainda mais seus lucros. Com certeza o intuito é expandir essa prática. É hora de fazer uma greve maciça, parar todas as agências e garantir na Convenção Coletiva de Trabalho principalmente que para trabalhar nos bancos é preciso ser bancário ou bancária”, diz.
Evelyn enfatiza que a reforma trabalhista vem atingir em cheio a categoria bancária como forma de desmobilizar toda a classe trabalhadora brasileira, já que os bancários e bancárias são um dos maiores exemplos de mobilização e conquista de direitos no país.
“A reforma trabalhista quer esmagar os bancários e bancárias, até porque formamos a categoria mais organizada desse país. Por isso, temos como obrigação entender as consequências da nova CLT, nos mobilizarmos contra ela e continuarmos sendo exemplo para outros trabalhadores e trabalhadoras”, destaca.
O sucateamento do Banco do Brasil tem se tornado constante. De acordo com dados do balanço do BB, em setembro de 2016 a instituição contava com 112 mil funcionários e 5.430 agências. Em dezembro de 2017, e empresa encolheu para 99 mil bancários e 4.770 unidades bancárias. São 13.590 postos de trabalho e 660 agências a menos em pouco mais de um ano.
O resultado disso, além precarização ainda maior das condições de trabalho e o aumento do adoecimento de bancários e bancárias, é a insatisfação dos clientes.
No primeiro trimestre de 2018 o Banco do Brasil foi a terceira instituição financeira com mais de quatro milhões de clientes que mais teve reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central.
→ Bancos demitiram 2.226 Bancários apenas no início de 2018
Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo
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