Um dos principais motivadores para o aumento das receitas foi o controle de despesa administrativa, como a redução de empregados. Em 2015 a Caixa fechou o primeiro semestre com cerca de 98 mil empregados. Já em junho deste ano a instituição financeira contava com um pouco mais de 95,6 mil.
O balanço semestral da Caixa Econômica, divulgado na sexta-feira, 12, mostra que no primeiro semestre deste ano a Caixa obteve um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões. De acordo com os dados, o lucro foi de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre, o que equivale a um aumento de 92,1% em relação ao trimestre anterior. Os principais motivadores para o aumento das receitas foram prestação de serviço e controle de despesa administrativa.
O controle de despesa administrativa está evidente na redução do número funcionários. Em 2015 a Caixa fechou o primeiro semestre com cerca de 98 mil empregados. Já em junho deste ano a instituição financeira contava com um pouco mais de 95,6 mil. Nos últimos três meses, o banco cortou 1304 postos de trabalho por meio do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA). Por outro lado, o número de clientes passou de 81 milhões para 85 milhões.
“Os números são inversamente proporcionais. Enquanto a quantidade de clientes aumenta, a de bancários e bancárias diminui. Portanto, é perceptível o aumento da sobrecarga de trabalho. Trata-se, então, de um lucro que vem da superexploração dos trabalhadores e trabalhadoras”, diz a diretora do Sindicato dos Bancários/ES, Lizandre Borges.
A também diretora do Sindicato, Rita Lima, afirma que o lucro líquido de R$ 2,4 bilhões mostra que a Caixa não tem argumento para não atender as reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras.
“A Caixa não investe em contratação e fez uma reestruturação sem dialogar com os bancários e bancárias. Esse lucro é fruto do esforço dos funcionários do banco, mesmo num cenário de precarização. Nessa Campanha Salarial esperamos que a Caixa valorize o esforço dos bancários e bancárias, revertendo esse lucro para melhoria das condições de trabalho”, diz Rita Lima.
No âmbito das políticas públicas e programas sociais, destacaram-se no primeiro semestre de 2016 a contratação de 180,9 mil novas unidades habitacionais no Programa Minha Casa Minha Vida, o pagamento de R$ 13,6 bilhões em benefícios sociais e R$ 118,8 bilhões em direitos dos trabalhadores. O principal programa de transferência de renda, o Bolsa Família, pagou R$ 12,9 bilhões em benefícios.
“A Caixa é uma empresa de extrema importância na execução de políticas públicas. Por isso, defendemos que seu lucro seja revertido também para essas políticas. Para que esse tipo de investimento continue e, até mesmo, seja ampliado, reafirmamos a luta pela Caixa 100% pública para todos e todas”, destaca Rita Lima.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo
Com informações da Fenae
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