Cunha é ficha suja e inelegível até 2026, após o mais longo processo da história da Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na noite de ontem (12/09). Foram 450 votos a favor da cassação, apenas dez contra e nove abstenções. Este foi o processo de cassação mais longo da história da Câmara dos Deputados, que começou em outubro do ano passado com uma representação contra Eduardo Cunha, apresentada pelo Psol e pela Rede.
É importante saber quem ficou ao lado de Eduardo Cunha e tentou poupá-lo da cassação apesar das graves denúncias que o envolvem. De São Paulo, votaram a favor dele os deputados Paulinho da Força (Solidariedade) e Marcos Feliciano (PSC).
Além da perda do mandato, Eduardo Cunha terá seus direitos políticos suspensos pelo período que restava da legislatura atual (até 2018) e por mais oito anos. O peemedebista tornou-se político ficha-suja e está inelegível até o ano de 2026.
O processo se arrastou por quase um ano porque Cunha realizou várias manobras para tentar salvar seu mandato e direitos políticos. Apresentou seis recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Câmara dos Deputados e também renunciou ao cargo de presidente da Câmara, alegando perseguição política.
Esta é uma vitória de todas e todos que lutaram contra os mandos e desmandos de Cunha que além do envolvimento em escândalos de corrupção trabalhou fortemente, enquanto presidente da Câmara e representante da bancada dos patrões, contra a classe trabalhadora. Ele colocou em pauta e fez com que fossem aprovados projetos voltados à destruição dos direitos trabalhistas como o da terceirização. Unificados e Intersindical Central da Classe Trabalhadora passaram a levar a bandeira pelo #ForaCunha em todos os atos de rua contra os ataques a nossos direitos .
Eduardo Cunha está em sete inquéritos STF, sendo que cinco deles estão relacionados à Operação Lava Jato. Com a cassação, Cunha perde o foro privilegiado e estes inquéritos que estão no STF devem ser encaminhados à 13.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, ao juiz de 1ª instância Sérgio Moro.
Duas ações no STF relacionadas ao esquema de corrupção que atuava na Petrobras colocam Cunha como réu por receber propinas direcionadas a contas até então secretas na Suíça, que movimentaram cifras milionárias. Só a acusação de propina em contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras teria rendido US$ 5 milhões a Cunha. Uma outra ação aponta que a propina obtida na compra de um campo de petróleo em Benin, na África pela Petrobras teria revertido R$ 5,2 milhões para Eduardo Cunha.
Também chegou ao STF denúncia de que Cunha estaria envolvido em desvios nas obras do Porto Maravilha no Rio de Janeiro, segundo as delações premiadas feitas por empresários da Carioca Engenharia.
Fonte: Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas e Osasco
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