Há cerca de três anos, toda a grande mídia do Brasil, e muitos outros “cidadãos de bem”, tanto no Brasil quanto na Argentina, afirmavam peremptoriamente que o país vizinho estava ótimo e ficaria melhor, porque tinham tirado fora um “projeto nacionalista anacrônico” e, enfim, entrado para o reino da modernidade liberal.
Haviam trocado o populismo retardatário e senil pela racionalidade das leis do mercado. A meritocracia e a liberdade de iniciativa no lugar da intervenção do Estado.
Agora toda a canalha que está fechada com o projeto econômico de Bolsonaro/Paulo Guedes (Globo et caterva) se cala diante dos fatos. A Argentina liberal faliu. Faliu de novo, como já tinha falido em 2000/2001, depois de ter adotado as tais leis do mercado na década de 1990.
Enquanto isso, o país mais pobre da América do Sul, a Bolívia, governada por um indígena de inclinação socialista, foi o país cujo PIB mais cresceu na última década.
Mas o Brasil “moderno” se cala. Bolsonaro, que não sabe se calar, fala que se não for como ele quer o Brasil vai virar uma Argentina. Campeão em fraude discursiva, ele tenta esconder a realidade, contrária ao que diz, ou seja, que o Brasil vai no mesmo caminho da Argentina justamente pelas políticas que seu governo está impondo.
Mas a maioria prefere continuar acreditando que os grandes empresários, os bancos, os rentistas em geral, o 1% que lucra vendendo e comprando nossas riquezas, estão mesmo trabalhando para o engrandecimento do nosso país e a felicidade do nosso povo. Depois, lá na frente, vamos ter que reconstruir tudo isso que estão destruindo.
Florianópolis, 25 de abril de 2019
Amauri Soares
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