1. A Intersindical é um patrimônio coletivo de todos nós;
2. Aqui está reunido um setor com quem construímos ao longo dos últimos 4 anos e queremos continuar construindo as lutas da nossa classe, por entendermos que divergências táticas na política, não são e nunca foram impeditivos para se lutar pela unificação da classe, na defesa de seus interesses imediatos e históricos para superar a sociedade do capital e construir o socialismo;
3. Partimos da compreensão comum de que o capitalismo enfrenta uma profunda crise. O grande capital e seus Estados buscam salvar o sistema e garantir o retorno da fase de expansão por meio de medidas que já produziram graves conseqüências para milhões de trabalhadores;
4. O desemprego, o rebaixamento do valor da força de trabalho e outras medidas que já estavam em curso antes do “estouro” da crise, se agravaram. Aumentar a taxa de exploração, com as conseqüências gravíssimas que isso significa, é parte das soluções buscadas pelo capital para rearticular as bases da sua expansão;
5. A crise inaugurou um novo quadro político internacional e a luta de classes, no Brasil e no mundo, se desenvolverá agora num patamar diferente do que o experimentado no último período;
6. No Brasil, milhares de demissões, chantagens aos trabalhadores e seus sindicatos para aceitarem redução de salários e direitos, por um lado, e a ação rápida do governo Lula com utilização de bilhões de recursos públicos para socorrer montadoras e banqueiros, além de redução de impostos, por outro, são partes das tentativas que buscam fazer com que a conta da crise recaia sobre os trabalhadores e o serviço público;
7. A criminalização dos movimentos sociais, dos sindicatos, das lutas e das greves, bem como dos setores empobrecidos, em particular da juventude e com forte recorte racial, também se agrava;
8. Seguimos construindo a Intersindical como instrumento decisivo no processo de luta, bem como de reorganização do movimento sindical brasileiro, em razão da falência política da CUT, enquanto instrumento de unificação dos setores combativos;
9. Embora reconheçamos a existência de divergências, em torno do processo de debates da construção de uma central sindical que seja capaz de enfrentar os novos desafios e cumprir as tarefas que foram abandonadas pela CUT, não acreditamos que tal divergência seja impeditiva de construção de ações de resistência aos ataques do capital e do governo Lula;
10. Neste momento, compreendemos que a unidade dos setores que se mantém no campo da independência de classe é muito importante. Sabemos que nenhum setor do movimento sindical e da esquerda, sozinho, tem condições de fazer o enfrentamento e ser o instrumento para, decididamente, auxiliar a classe trabalhadora a se colocar em movimento e alterar a correlação de forças. Assim desejamos que a ASS e PCB, bem como os setores independentes presentes neste encontro debatam e contribuam, também e de forma significativa, no combate à fragmentação da classe trabalhadora.
Saudações socialistas
São Paulo 24 de abril de 2009
COORDENAÇÃO NACIONAL DA INTERSINDICAL (APS, CSOL, ENLACE e Independentes)
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