INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
Fechar escolas é Crime! Em defesa da escola publica!
O governo Alckmin está aplicando o velho projeto apresentado como novo, o qual deu início a um ciclo de piora na educação pública estadual, quando no final de 1995 a então Secretária de Educação do Governo Mario Covas Rose Neubauer, separou os alunos do Ensino Fundamental I dos demais níveis de ensino.
Naquela oportunidade a justificativa era a necessidade de promover uma “inovação” na rede, porém o objetivo real foi camuflar a municipalização do ensino fundamental I, projeto que desorganizou a rede, prejudicou as famílias e provocou segundo a pesquisadora da UNICAMP Aparecida Neri de Souza a demissão no período de dezembro de 1995 e março de 1996 de 12.492 professores, o fechamento de 8.016 classes e a extinção de 77 escolas. (in A RACIONALIDADE ECONÔMICA E A POLÍTICA EDUCACIONAL EM SÃO PAULO).
Ficou evidenciado tratar-se de um projeto cuja preocupação central foi reduzir os investimentos em educação, sob o manto de que é preciso reformar e reorganizar. Trata-se de um projeto típico neoliberal cuja base central é a redução da destinação de recursos para a educação e como o governo não pode fazer diretamente, mascara suas reais intenções com o fundamento de promover uma grande inovação na rede pública estadual de ensino.
A propósito Saviani ao analisar o texto da LDB de Darcy Ribeiro apontou com precisão o caráter utilitário feito pelos liberais dos objetivos proclamados, como meio para escamotear os objetivos reais. “A função de mascarar os objetivos reais através dos objetivos proclamados é exatamente a marca distintiva da ideologia liberal, dada a sua condição de ideologia típica do modo de produção capitalista o qual introduziu, pela via do “fetichismo da mercadoria”, a opacidade nas relações sociais”. (SAVIANI, 1997, p. 191).
Com esse projeto de divisão das escolas por CICLO de APRENDIZAGEM: 1º ao 5º ano, 6º ao 9º ano e Ensino Médio, combinado com a anunciada flexibilização curricular no EM, além da superlotação; o governo vai provocar por um lado, uma grande bagunça na rede com a separação de alunos da mesma família passando a estudar em escolas diferentes, podendo inclusive ir para outra escola longe de casa, comprometendo a adaptação didático/pedagógica.
Para os professores a superlotação e a municipalização vão provocar milhares de demissões e de precarização, com docentes trabalhando em duas ou três escolas e até ficando adidos. Abaixo a ditadura imperial do governo que sem nenhuma preocupação com estudantes, pais, professores e equipe gestora, decide provocar prejuízos irreparáveis. Nestas escolas, coordenadores pedagógicos e vice-diretores também serão demitidos; inclusive aumentando a violência escolar ao colocar no mesmo ambiente pedagógico, adolescentes e jovens de comunidades diferentes, além de aumentar os riscos de vulnerabilidade como acidentes de trânsito no trajeto até a nova escola.
Neste contexto, a Intersindical – Central da Classe trabalhadora rechaça este ataque criminoso contra a escola pública e reafirma que é necessário reduzir o número de alunos por classes, valorizar os professores e criar as condições para uma educação pública de qualidade para os filhos da classe trabalhadora.
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