Em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora
Não precisa ser apoiador do governo Dilma ou petista para se contrapor, com veemência, ao pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula ou da condução coercitiva do dia 04/03, com os argumentos apresentados nos dois casos.
Para deixar claro, no último período, temos buscado construir unidade dos trabalhadores e trabalhadoras para enfrentar as medidas do governo, como a política econômica, os juros extorsivos, o ajuste fiscal, cortes sociais e as políticas que atacam direitos (como a Reforma da previdência) e ferem os interesses e a soberania nacionais. Na mesma medida, buscamos atuar para barrar a ofensiva do grande capital e da direita que quer impor sua lógica da “farinha pouca meu pirão primeiro”, ainda que isso signifique jogar milhões de trabalhadoras/es na miséria ou na precarização da vida e trabalho, aumentando as desigualdades sociais e regionais.
Ou seja, o governo Dilma é indefensável, mas a derrubada de Dilma seria seguida por um governo ainda pior.
A peça dos promotores paulistas, repleta de ranço ideológico e de erros crassos, como confundir Engels com Hegel, aponta a necessidade de encarcerar o ex-presidente por conta da ação de Lula em convocar manifestações públicas e utilizar instrumentos jurídicos, como habeas corpus. Promotores de justiça não podem se colocar como promotores de eventos, como da manifestação do dia 13/03, que é o que salta aos olhos de qualquer observador mais atento.
Já as ações do juiz de Curitiba, que nem se poupa em aparecer nos eventos políticos do PSDB – como a condução coercitiva questionada por diversos setores, inclusive do mundo jurídico – não conseguem esconder seus objetivos inconfessáveis. Visa turbinar as manifestações do dia 13, desmoralizar um partido ao passo em que poupa os demais, além de testar até que ponto pode seguir com seu intento golpista articulado à grande mídia corporativa e suas conexões.
Os setores democráticos da sociedade brasileira, em particular da classe trabalhadora, não podem se deixar manipular por essas ações orquestradas.
Da nossa parte, seguiremos nas lutas unitárias com todos os setores dispostos a barrar essa ofensiva conservadora, verificada na América Latina e em diversos cantos do mundo, com a mesma disposição de derrotar as políticas do governo Dilma e dos diversos governos estaduais e municipais, bem como da extensa pauta regressiva de direitos que prevalece no congresso nacional mais retrógrado e antipovo das últimas décadas.
Resistência, unidade, ousadia e disposição para o novo. Sem vacilações, açodamento ou sectarismo. Com a política e o interesse da classe trabalhadora e do País no comando.
Edson Carneiro Índio
Secretário Geral
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