A Intersindical Central da Classe Trabalhadora vem a público manifestar seu apoio à pauta dos profissionais de Inteligência de Estado representados pela Intelis, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN, diante da grave situação que afeta os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Os relatos de paralisia nas atividades da agência e o anúncio de uma “operação padrão” são sinais alarmantes da precariedade enfrentada pelos trabalhadores desta instituição vital para a segurança nacional.

A Inteligência brasileira desenvolve serviços estratégicos na retirada de invasores de terras indígenas, segurança em eventos críticos como o encontro do G-20, as eleições municipais e o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Além disso, protege o país de possíveis ameaças aos interesses nacionais brasileiros. O Brasil fica desprotegido se não tiver uma Inteligência de Estado profissional com carreiras valorizadas e estrutura adequada de trabalho.

Os servidores da ABIN têm reportado um cenário de desmonte estrutural e falta de valorização profissional, que culmina em um ambiente de trabalho insustentável. A Intelis tem desempenhado um papel crucial na defesa dos direitos e na busca por melhores condições para os profissionais de inteligência porém ainda sem o devido acolhimento por parte do Governo Federal.

A Intersindical reforça que o melhor caminho é o diálogo entre os servidores e o governo federal. Entende que um “governo de reconstrução” passa por reconectar a comunicação com os servidores federais, superar os prejuízos e desvios causados pelo governo de extrema-direita e estabelecer um novo padrão de relação que seja positivo para os interesses do povo brasileiro. Isso implica em adotar políticas que assegurem o pleno funcionamento da agência dentro dos marcos da legalidade e do respeito aos seus servidores.

Por isso, apoiamos a iniciativa da Intelis de defesa e a implementação de medidas que garantam a valorização e a dignidade dos profissionais de inteligência. Sem servidores valorizados não há serviço público à altura das necessidades do país.

Conclamamos todas as entidades sindicais e movimentos populares a se solidarizarem com a luta dos profissionais de inteligência, reconhecendo que a defesa de seus direitos é também a defesa da segurança e da soberania nacional.

São Paulo, 23 de julho de 2024

Nilza Pereira

Secretária-Geral da Intersindical