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NOTA DE REPÚDIO À AMEAÇA IMPERIALISTA DOS ESTADOS UNIDOS CONTRA O BRASIL

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora manifesta seu veemente REPÚDIO à carta do presidente norte-americano Donald Trump, endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que ameaça o Brasil com retaliações comerciais e interfere de forma inaceitável nos assuntos internos do país.

Como central classista, nossa primeira preocupação é com o impacto direto e imediato que essas medidas podem gerar para a classe trabalhadora brasileira. Embora a imposição de uma tarifa de 50% sobre bens e serviços exportados pelo Brasil aos Estados Unidos afete o mercado de trabalho, em especial do setor exportador. É preciso que se diga que nosso país conta com um mercado interno robusto e parcerias comerciais distribuídas em todo o mundo. Os possíveis impactos do “tarifaço” de Trump devem ser enfrentados com uma política pública contundente de proteção do emprego e da indústria nacional e uma postura de superação da dependência em relação ao dólar nas trocas internacionais. Temos recursos e alternativas para enfrentar esse ataque e impedir que os objetivos pretendidos por Trump sejam alcançados.

Este não é um ataque apenas econômico: trata-se de uma tentativa clara de intimidação imperialista, escancarando a disputa geopolítica mundial em curso. O Brasil acaba de participar ativamente da ampliação dos BRICS, reforçando uma aliança internacional voltada à soberania, à multipolaridade e ao enfrentamento da hegemonia unilateral do capital financeiro ocidental. A reação dos Estados Unidos, ao ameaçar o Brasil com tarifas abusivas e chantagens, revela o incômodo de setores imperialistas com o fortalecimento de uma política externa independente e voltada para os interesses dos povos do Sul Global.

A justificativa apresentada por Trump, baseada em um suposto “déficit comercial” dos EUA com o Brasil, não se sustenta sequer entre economistas de direita, tampouco nos dados oficiais do próprio governo norte-americano, que mostram superávit dos EUA em sua balança com o Brasil nos últimos 15 anos na casa de 410 bilhões de dólares. Essa farsa é apenas a superfície de um movimento mais profundo e perigoso: a defesa feita por Trump em relação a Jair Bolsonaro e sua tentativa de deslegitimar o sistema judiciário brasileiro, em especial o Supremo Tribunal Federal, por sua atuação firme contra os atos golpistas e o discurso de ódio disseminado nas redes digitais de propriedade das Big Tech estadunidenses.

Cabe ressaltar o papel do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que atualmente está instalado nos EUA e atua junto com o governo de Trump para desestabilizar as instituições brasileiras e prejudicar os interesses nacionais. Um crime de lesa-pátria que deve ser punido de acordo com a lei brasileira. Está evidente que a atitude de Trump é uma tentativa de ativar uma nova tentativa de golpe contra a democracia em nosso país, e a cúpula bolsonarista está no centro dessa trama e deve ser responsabilizada por isso.

Reafirmamos nosso apoio à decisão soberana das instituições brasileiras em julgar os responsáveis por crimes contra a democracia. A tentativa de Donald Trump de interferir nesse processo é uma afronta à autodeterminação do povo brasileiro e um aceno à extrema-direita internacional, que busca reorganizar-se após derrotas eleitorais no Brasil e em outras partes do mundo.

A Intersindical saúda a firme resposta do governo brasileiro, que deixou claro que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que todas as empresas – nacionais ou estrangeiras – devem respeitar as leis brasileiras, inclusive aquelas que regulam a atuação das plataformas digitais e combatem a disseminação de ódio e mentiras.

Neste cenário de ofensiva imperialista e tentativa de desestabilização política do nosso país, é hora de aprofundar o debate sobre nossa soberania política, econômica e tecnológica e chamar a classe trabalhadora à luta. Porque os impactos dessa agressão promovida pela Casa Branca recai de maneira mais forte sobre os ombros da maioria do povo, aquelas e aqueles que vivem do próprio trabalho.

O momento que vivemos é crucial e devemos ter a coragem de enfrentá-lo com toda nossa determinação. Trata-se de um embate entre dois projetos: um projeto de nação soberana e democrática, e outro submisso aos interesses do imperialismo estadunidense, do capital financeiro internacional, e seus lacaios de extrema-direita.

A Intersindical está onde sempre esteve: ao lado da classe trabalhadora, em defesa da soberania nacional, da democracia, da justiça social e contra toda forma de ingerência imperialista.

Nenhuma ameaça nos fará recuar da nossa dignidade. Faremos jus ao nosso Hino da Independência que trata da vocação soberana de nosso povo: “Brava gente brasileira / Longe vá, temor servil/ Ou ficar a Pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil”. Transformaremos a ameaça em revolta e a revolta em um projeto da classe trabalhadora brasileira.

Fora imperialismo! Fora Trump e seus lacaios golpistas

Viva a soberania brasileira!

São Paulo, 9 de julho de 2025 – Dia da Luta Operária

Direção Nacional – Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

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