A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, em consonância com sua missão de defesa da democracia e do internacionalismo, expressa sua profunda e incondicional solidariedade ao povo e ao governo boliviano diante da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 26 de junho. Este ato foi promovido por um destacamento do Exército Boliviano, liderado pelo general golpista Juan José Zúñiga, contra o governo democraticamente eleito do presidente Luis Arce.
Utilizando veículos militares e soldados fortemente armados, o general Zúñiga, que havia sido recentemente destituído do comando do Exército Boliviano por ameaçar intervir militarmente caso o ex-presidente Evo Morales concorresse às eleições presidenciais de 2025, ocupou a Praça Murillo e invadiu o Palácio Presidencial em La Paz. No entanto, a intimidação golpista não surtiu efeito: a autoridade do presidente foi mantida graças a uma mobilização popular imediata, ocorrida logo após a tentativa de golpe ser noticiada. O golpe fracassou porque o povo ouviu o chamado de seu governo e tomou as ruas da capital boliviana em defesa da democracia e da constituição.
Reafirmamos nossa solidariedade ao governo constitucional de Luis Arce e a todos os movimentos sociais e sindicais bolivianos que resistem bravamente contra essa tentativa de golpe. A história nos mostra que a luta pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores é árdua e contínua, e que a unidade e a mobilização popular são nossas principais armas contra o autoritarismo.
Este acontecimento na Bolívia não é um ato isolado. Ele demonstra a falta de disciplina de setores das forças armadas na América Latina, que desrespeitam a constituição e buscam constantemente tutelar e chantagear o poder civil eleito pelo povo. Por sua vez, de maneira não surpreendente, lideranças da extrema-direita no Brasil não demoraram a aplaudir a fracassada tentativa de golpe no país vizinho,
revelando explicitamente sua vocação autoritária.
A Intersindical conclama todas as organizações sindicais e populares brasileiras e da América Latina a se unirem em defesa da democracia boliviana e contra mais essa tentativa de golpe contra um governo eleito pelo povo. Manifestamos nosso repúdio a esta violação dos direitos democráticos e reforçamos nosso apoio ao governo constitucional da Bolívia.
Não podemos permitir que as forças armadas e organizações de extrema-direita imponham sua vontade sobre a soberania do povo. Lutaremos incansavelmente pela manutenção da ordem constitucional e pela garantia dos direitos democráticos em nossa região.
Viva a democracia! Viva a unidade da classe trabalhadora da América Latina!
São Paulo, 26 de junho de 2024.
Ricardo Saraiva Big
Secretário de Relações Internacionais da Intersindical
Nilza Pereira
Secretária-Geral da Intersindical
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