Neste ano o Grito dos Excluídos, organizado pelas Pastorais Sociais, centrais sindicais e movimentos sociais, tradicionalmente no dia 7 de setembro, mobilizou milhares de pessoas em diversas cidades do país e ganhou adesões em diferentes locais de uma mesma cidade.
Com o tema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata”, os protestos desta 22ª edição do Grito dos Excluídos denunciaram a desigualdade social, o golpe e retirada de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários que o governo Michel Temer pretende impor.
“O grito, que este ano completa 22 anos em Aparecida, tem o objetivo de chamar a atenção para os problemas da falta de moradia, emprego, educação, imigrantes e refugiados”, afirmou o coordenador da Pastoral Operária, Paulo Pedrine, na praça da Sé, em São Paulo.
Nilza Pereira, da Direção Nacional da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, reafirmou que o “‘Fora Temer’ tem de ser nossa saudação, até que esse golpista seja destituído. Não é a violência da polícia do Alckmin e as ordens da burguesia de ataque à nossa resistência, que vai fazer com que a gente desista.”
“Nós nunca tivemos nada fácil. Não é a toa que o grito dos excluídos e uma sociedade que de fazer uma manifestação como esta, é uma sociedade injusta”, disse ela. ” O projeto que o Temer coloca para o Brasil, esta pautado em uma base em que os trabalhadores poderiam chegar a 80 horas de trabalho semanais. Reforçando o capitalismo do início do século passado, talvez”, continuou.
Da Praça da Sé, os manifestantes seguiram até a igreja da Paz, no Glicério, onde é realizado o trabalho de acolhimento a imigrantes e refugiados haitianos, principalmente.
Outro grupo ocupou a Avenida Paulista e marchou pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio em direção ao Monumento às Bandeiras, ao lado do Parque do Ibirapuera.
Em Santos (SP), os manifestantes ocuparam a avenida Beira Mar e aproveitaram para denunciar a ameaça aos direitos dos servidores, o desmonte do serviço público e o fim da CLT que o grande capital se preara para aprovar no Congresso Nacional.
No Distrito Federal, Temer foi vaiado e ouviu um sonoro “Fora Temer” durante o desfile de 7 de Setembro, das pessoas que estavam na arquibancada de convidados do próprio governo.
Na explanada dos Ministérios, manifestantes ocuparam quatro das seis faixas durante o desfile. Parte dos manifestantes usou correntes de papel em um ato perto da Biblioteca Nacional, a cerca de três quilômetros de distância do palanque oficial, e empunhou o cartaz “independência ou golpe?”.
Também houveram manifestações em Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Florianópilis (SC), Rio de Janeiro (RJ), onde os manifestantes estimaram uma participação de 40 mil pessoas, e outros lugares.
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