Na primeira rodada de negociações, representantes dos trabalhadores cobraram dos bancos, setor que mais lucra no Brasil, aumento salarial, PLR maior, valorização do piso, mais empregos, respeito aos direitos nas agências digitais, fim da desigualdade entre homens e mulheres.
Índice de 5% de aumento mais a inflação projetada de 9,31%, no total de 14,78% de reajuste salarial, reajustes maiores para PLR, vales refeição e alimentação, auxílio-creche; valorização do piso; auxílio-educação em todos os bancos; parcelamento do adiantamento de férias; renovação do vale-cultura; manutenção do vale-refeição na licença-maternidade; criação da licença-paternidade.
Essas foram algumas das principais reivindicações que o Comando Nacional dos Bancários levou à federação dos bancos (Fenaban) na primeira rodada de negociação da Campanha Salarial Unificada 2016. A reunião, realizada na quinta-feira 18, segue na manhã da sexta-feira, com debates sobre saúde, segurança e condições de trabalho.
Representantes dos trabalhadores mostraram aos negociadores dos bancos que 25% das categorias tiveram aumento acima da inflação de janeiro a maio deste ano. Os bancários querem estar nessa estatística já que trabalham para o setor mais lucrativo do país.
E as reivindicações são totalmente factíveis. Além do lucro – que somente entre os cinco maiores que compõem a mesa da Fenaban bateu a casa dos R$ 30 bilhões até junho deste ano – os gastos dessas instituições com a remuneração dos bancários cresceu apenas 7,2%, apesar do reajuste de 10% conquistado no ano passado.
Existem 128 artigos na pauta de reivindicação e todos são muito importantes. Até amanhã [sexta 19] vão ser apresentados todos os artigos e exigimos que os bancos tragam logo para a mesa uma proposta que valorize os bancários.
Emprego é prioridade e os números comprovam que os bancos estão devendo aos trabalhadores. Extinguem postos de trabalho com salários mais altos e os que são contratados ganham menos. Estão economizando e lucrando à custa dos bancários. Somente este ano, até o mês de junho, o setor eliminou 6.785 postos de trabalho. Querem empurrar à sociedade as agências digitais, onde os bancários sofrem com condições de trabalho muito ruins. E fingem ignorar, também, que quase metade da população brasileira segue sem acesso à internet e precisa de bancários para o atendimento.
Outra crítica feita aos bancos na mesa de negociação refere-se à absurda desigualdade entre a remuneração de homens e mulheres.
Em 2014 (dados mais recentes do II Censo da Diversidade dos Bancários), as bancárias ganhavam em média 77,9% do que os colegas do sexo masculino. Pouco mais que os 76,4% observados no I Censo, em 2008.
Nesse ritmo, as mulheres levariam 88 anos para ganhar o mesmo que os homens nos bancos. Além de uma grande injustiça, isso causa uma enorme distorção, já que as bancárias representam 49% da categoria, e têm salários mais baixos mesmo exercendo função similar à dos bancários.
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