INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora
A Polícia Militar já estava concentrada no interior da empresa para reprimir os trabalhadores.
Apesar da mobilização contra as demissões na Usiminas desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (11) ter sido iniciada de forma pacífica, a situação fugiu do controle por volta das 6h30, quando policiais do 2º Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Baixada Santista, juntamente com a Cavalaria e a Força Tática, abriram caminho à força na portaria 2 da Usiminas para a passagem de 15 ônibus com trabalhadores.
Os policiais utilizaram gás lacrimogêneo e tiros de borracha para liberar a entrada da empresa. Houve tumulto, para dispersar a multidão de servidores públicos e movimentos sociais presentes, preocupados com o impacto das demissões em toda a economia da Baixada Santista.
Ricardo Saraiva Big, Secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, e Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e região, denuncia que a Polícia Militar do Estado de São Paulo já estava preparada dentro da empresa antes da chegada dos trabalhadores.
Segundo ele, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) usa da violência de Estado para garantir o capital privado. “A PM dormiu e tomou seu café da manhã do lado de dentro da empresa. Ou seja, é o aparato do Estado prestando segurança privada para reprimir os trabalhadores.”
Ele relata que cerca de 50 viaturas, além da cavalaria, estavam se reunindo dentro da empresa.
A Prefeitura de Cubatão apoiou a manifestação e, por isso, publicou um decreto confirmando ponto facultativo para esta quarta-feira.
As prefeituras da região estimam que a demissão destes 4 mil trabalhadores atingirá 40 mil pessoas e impactará fortemente nas contas dos municípios.
Três sindicalistas foram detidos. Algumas pessoas se machucaram e o gás lacrimogêneo atingiu jornalistas. Trabalhadores, que estavam do lado de fora da empresa, também chegaram a passar mal durante o confronto.
Imagem obtida pelo site G1 mostra dezenas de policiais jantando no refeitório da Usiminas durante a madrugada de quarta-feira, antes do início da chegada dos manifestantes, às 6h da manhã, o que mostra claramente o conluio da empresa com o comando policial do governador tucano Geraldo Alckmin.
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