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Polícia parte para cima dos que resistem à privatização da água em Altamira (PA)

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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

Um professor foi detido e a sessão na Câmara Municipal de Altamira acabou sendo encerrada

Na manhã deste terça-feira (15/09), a Câmara Municipal de Altamira voltou a discutir a municipalização e a entrega à iniciativa privada dos serviços de água e esgoto. Foi a quinta tentativa, interrompida graças ao protesto e à mobilização de trabalhadores de diversos movimentos sociais e sindicais, como os professores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado do Pará (Sintepp) e militantes do Movimento Xingu Vivo Para Sempre.

O jovem professor Fabiano Vitoriano, militante do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) e do Sintepp, foi preso por resistir à entrega de um apito ao oficial de polícia.

Atualmente o tratamento de esgoto e o fornecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosampa), gerida pelo governo do estado.

Os manifestantes querem saber quais serviços serão executados, a que preçoe como será o projeto municipal, uma vez que tomaram conhecimento de que o esgoto será despejado diretamente nas águas represadas da Usina de Belo Monte.

As autoridades, no entanto, permanecem em silêncio enquanto manobram pela votação da nova Lei de Saneamento da cidade (PL 132/2015), que permitirá a privatização da água por meio de um acordo entre a Norte Energia, Prefeitura e Governo Federal.

“O presidente da Câmara Municipal, Armando Aragão (PTB), mandou a polícia tomar os nossos apitos e nos tirar de lá. Não saímos. A polícia arrancou nossos apitos, a tropa de choque e todo o pessoal de opressão veio para cima da população. Desta vez foram mais ostensivos e agressivos com a gente”, relata Mônica Brito, Secretária de Combate às Opressões da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado do Pará (Sintepp).

Leia também: Trabalhadores ocupam Câmara e evitam votação de projeto que prevê privatização da água

Cerca de 300 pessoas estavam presentes. Não se sabe quando a Câmara Municipal de Altamira fará uma nova sessão para tratar da privatização da água e do esgoto.

“Temos que resistir à investida do capital privado sobre as empresas públicas e cobrar transparência nos processos, que estão sendo levados a diante ser diálogo com a população”, afirma Mônica Brito.

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