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Esta revista faz parte de um projeto da atual diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, para resgatar a história (nunca antes registrada e documentada) da categoria na Baixada Santista e suas lutas no período anterior e posterior a Ditadura Civil Militar.
Faz 50 anos que o Golpe Civil Militar, em 01 de abril de 1964, foi imposto para perseguir, prender, torturar e assassinar trabalhadores. Em Santos, dezenas de bancários foram presos. Nosso Sindicato sofreu intervenção em 11 de abril de 64. A maioria da diretoria foi cassada arbitrariamente, presa e o seu presidente sofreu maus tratos físicos e psicológicos no Navio Prisão Raul Soares pelo regime ditatorial.
É fundamental que este arquivo sirva para que os trabalhadores das gerações futuras saibam sobre o horror que todos foram submetidos pelo Golpe dado por banqueiros, militares, grandes empresários e políticos corruptos. Porque reivindicavam melhores salários, melhores condições de trabalho e dignidade, sem armas. Apenas com organização, solidariedade e greves.
O objetivo desta diretoria é trazer à tona a verdade sobre a repressão que bancários e trabalhadores sofreram na região. A Ditadura defendeu patrões, parasitas profi ssionais e políticos corruptos. O regime de exceção determinou a derrocada da educação no Brasil, com a adoção do método MEC/USAID; o acúmulo de renda por mercenários banqueiros, empresários e corporações internacionais; a falta de emprego; o monopólio da comunicação pelas empresas Globo e Abril, para transformar e dominar a opinião pública. Depois do golpe houve aumento da criminalidade relacionada com a falta de estruturas, direitos sociais, grande exploração dos trabalhadores com a terceirização, registrada atualmente; aumento do lucro capitalista com o consumo de drogas pelos jovens; inversão de valores morais da sociedade brasileira (a honestidade e a solidariedade deram lugar ao oportunismo e o individualismo). A falta de saúde, médicos, hospitais e o sucateamento do SUS é reflexo das diretrizes dos EUA para o golpe. Agora, lutam pelo fim da previdência social, tudo em nome do capital (dinheiro).
É importante que a classe trabalhadora, a que mais sofreu na Ditadura, resista para que isso nunca mais aconteça. Esta diretoria sempre lutará por um mundo mais justo, igualitário e digno para todos!
Ricardo Saraiva Big
Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Eneida Koury
Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região