O Ministério da Economia apresentou em setembro deste ano a Proposta de Emenda Constitucional n° 32/20 – Reforma Administrativa – que prevê um conjunto de medidas com vistas a reduzir o tamanho da estrutura administrativa brasileira. Paulo Guedes trabalha no sentido de amputar partes vitais do setor público, ao fazer isso, atenta contra a própria existência do Estado.
Os motivos apresentados são os batidos tópicos da cartilha neoliberal: ineficiência, alto número de servidores, desequilíbrio entre a folha de pagamento do setor público e ao PIB, etc.
Porém, o Ministério da Economia não apresentou nenhum estudo que sustente os motivos apresentados. Ou seja, submetem para a discussão uma PEC no Congresso Nacional sem, ao menos, um estudo que fundamente a mesma.
Desta maneira, do ponto de vista formal, o processo legislativo em relação à PEC 32/20 não teria condições de ocorrer, pelo simples fato de não haver uma exposição de motivos tecnicamente fundamentada.
Porém, o problema maior da PEC 32/20 não é meramente técnico. A Proposta é, em última instância, uma tentativa de transformar a estrutura administrativa brasileira na imagem e semelhança dos sonhos neoliberais de Guedes e Bolsonaro, e porque não dizer dos tucanos, da Globo e afins.
A “Reforma Administrativa” proposta da PEC 32/20, que de maneira mais correta poderia ser definida como “Demolição Administrativa”, tem impactos muito mais profundos e vai além da discussão meramente orçamentária.
A “Reforma Administrativa”, proposta pela PEC 32/20, é um ataque aos direitos não apenas dos servidores mas da cidadania como um todo. A redução prática das prerrogativas administrativas do estado, via redução de pessoal, implica na perda do controle soberano sobre áreas e recursos estratégicos ao país.
Texto: Pedro Otoni – Secretário de Comunicação da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
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