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Resultados eleitorais e desafios da classe trabalhadora

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Os resultados do 1° turno das Eleições 2022 já permitem indicar os grandes desafios que a classe trabalhadora terá pela frente

Desafio principal: eleger Lula no 2° turno

Os resultados do 1° turno indicaram que a maioria do povo brasileiro compreenderam que é necessário derrotar Bolsonaro. Lula (PT) obteve 48,43% dos votos, ou seja, faltaram apenas 1,57% dos votos para alcançar a vitória já no dia 02 de outubro.

Portanto, para seguir no caminho da vitória, é preciso reforçar a campanha procurando dialogar com eleitores de outras campanhas, como as de Ciro (PDT) e Tebet (MDB), e indicar que Bolsonaro (PL) é o adversário comum de quem defende a democracia.

Teremos até o dia 30 de outubro para ampliar ainda mais as campanhas, debater a importância de retirar o pior presidente da história e dialogar sobre as propostas concretas para melhorar a vida dos brasileiros e brasileiras.

A classe trabalhadora saiu vitoriosa na disputa presidencial no primeiro turno, é importante que se diga, e falta muito pouco para que possamos comemorar o fim do governo genocida. 

A disputa do 2° turno nos estados

As eleições para governador foram decididas em 15 estados no 1° turno, infelizmente, somente em 5 deles venceram candidatos que apoiam a candidatura de Lula. Situação que irá exigir atenção, uma vez que a extrema-direita e os partidos do chamado “centrão” governarão estados com grande peso econômico, como o caso de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. 

Temos 12 estados que terão 2° turno na disputa para governador, é preciso indicar a importância da vitória de candidaturas que estejam em diálogo com a pauta da Classe Trabalhadora e reforcem propostas de valorização das categorias profissionais do funcionalismo estadual. 

O PT vai disputar o 2° turno em SP, BA, SC e SE e partidos aliados ao ex-presidente estão no páreo no ES e PB. 

Em especial, a disputa contra o Bolsonarismo em São Paulo terá papel determinante na correlação de forças nacional. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputarão o governo do estado com maior PIB e população do país. 

Haddad venceu na Grande São Paulo, no entanto, o candidato bolsonarista conquistou uma votação relevante no interior do estado, desempenho superior ao que era apontado pelas pesquisas de intenção de votos. Fica o desafio de superar o antipetismo presente nas cidades médias de São Paulo e sobretudo atrair parcelas do eleitorado de Rodrigo Garcia (PSDB) terceiro colocado na disputa para o governo.

Congresso Nacional antipopular

O resultado das eleições para deputados e senadores confirmou a manutenção de um perfil majoritariamente conservador e de direita, tanto na Câma dos Deputados quanto no Senado. O efeito eleitoral do Orçamento Secreto e do grande volume de recursos do fundo eleitoral foi determinante para este resultado que coloca desafios importantes para o próximo governo e para a classe trabalhadora. 

A bancada bolsonarista do PL alcançou 98 cadeiras na Câmara dos Deputados e 14 senadores sendo a força com maior peso parlamentar. A bancada de esquerda contará com 128 deputados federais e 13 senadores. E os partidos do centrão e a direita corresponderão a maioria do Congresso com 66 % das cadeiras no senado e  54% das cadeiras na Câmara. 

Apesar do avanço das bancadas do PT e do PSOL na Câmara, o eventual governo Lula terá de lidar com uma configuração parlamentar imensamente desfavorável. Em termos práticos, os partidos de esquerda e progressistas não possuem o número suficiente de cadeiras para impedir a aprovação de PECs ( Projetos de Emenda Constitucional), já a extrema direita e a centro-direita ocasionalmente poderão derrubar vetos presidenciais.

O desafio imediato é garantir a vitória de Lula no 2° turno, mas, ao mesmo tempo, devemos mobilizar e organizar a classe trabalhadora para enfrentar a extrema-direita nas ruas e no parlamento em 2023.

Secretaria de Comunicação
Intersindical Central da Classe Trabalhadora

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