O aumento de 11,6% no valor do novo salário mínimo a partir de 1º de janeiro é ligeiramente superior à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2015, somado ao pífio crescimento real do PIB do ano anterior.
Segundo o Dieese, com o aumento de R$ 780,00 para R$ 880,00, haverá injeção de R$ 57,024 bilhões no mercado. O benefício, que remunera trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas, alcança cerca de 48 milhões de pessoas. O governo também se beneficia, uma vez que os tributos arrecadados com base no consumo chegarão a R$ 30 bilhões.
A regra de cálculo do salário mínimo é garantida por lei até 2019. Na avaliação do coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira, na conjuntura atual, em que a atividade econômica está em baixa, a regra em vigor é benéfica ao governo.
“No momento, para o governo, essa fórmula se encaixa bem no ajuste fiscal, porque reflete o PIB. O salário mínimo a partir de janeiro de 2016 vai ter apenas o INPC, pois o crescimento do PIB em 2014 [período levado em conta para o cálculo] foi 0,1%, ou seja, nulo”.
De 2002 até janeiro deste ano, o salário mínimo acumula aumento real de 77,35%. No período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor ficou em 148,09%; já o reajuste do Piso nacional alcançou 340%. As informações constam da Nota Técnica 153, recentemente publicada pelo Dieese.
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