A Intersindical se destaca por ser uma central democrática e com estratégia socialista, promovendo a participação ativa dos trabalhadores e construindo consensos para ações unitárias com entidades e lideranças.
Compreendemos que no movimento sindical e popular precisa ter como centro a participação ativa dos trabalhadores e trabalhadoras e isso se dá quando temos espaços de debate de ideias e compreensão de que precisamos considerar a diversidade de opiniões para construir consensos e lutas unitárias.
A unidade na ação é produto do debate e não de imposições burocráticas, por isso é preciso desenvolver cotidianamente o trabalho de base sindical e popular, aproximando a base da compreensão da realidade e da definição das agendas de luta.
Para a Intersindical, o movimento sindical deve ser um espaço de aprendizagem da classe trabalhadora, no qual constrói consciência e ganha experiência de organização e combate. Por isso, quanto mais democráticos forem os espaços, mais agregadores e formativos serão os debates e mais sólida será a unidade em torno das decisões tomadas, seja em uma reunião de direção, uma conferência, uma eleição sindical ou uma assembleia de base.
A liberdade sindical é essencial para que os sindicatos atuem de forma independente, representando os interesses dos trabalhadores e negociando coletivamente por melhores condições de trabalho. A autonomia sindical permite que os sindicatos governem a si mesmos, desenvolvendo estratégias de luta e organização adaptadas às necessidades específicas de suas bases, sem interferências externas.
A liberdade sindical refere-se ao direito dos trabalhadores de se organizarem em sindicatos sem interferência ou repressão por parte do Estado ou dos empregadores. Os trabalhadores e trabalhadoras têm o direito de formar e se filiar a organizações de sua escolha sem interferência do Estado e dos patrões, bem como o direito de redigir seus próprios estatutos e regulamentos, eleger livremente seus representantes, organizar sua administração e suas atividades e formular seus programas, conforme estabelece a Convenção nº 87 da OIT sobre a Liberdade Sindical e a Proteção do Direito de Sindicalização (1948).
Outra convenção relevante é a Convenção nº 98 da OIT sobre o Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva, adotada em 1949. Esta convenção complementa a Convenção nº 87, protegendo os trabalhadores contra atos de iscriminação sindical e garantindo a proteção das organizações sindicais contra interferências dos empregadores. A Convenção nº 98 enfatiza a importância de permitir que os sindicatos funcionem de maneira autônoma, sem controle ou influência externa, assegurando que possam negociar livremente e defender os interesses de seus membros.
A autonomia sindical, por sua vez, diz respeito à capacidade dos sindicatos de governarem a si mesmos, determinando suas próprias políticas, estrutura e liderança sem intervenção externa. Essa autonomia é crucial para garantir que as decisões sindicais reflitam verdadeiramente a vontade e os interesses dos trabalhadores, em vez de serem influenciadas por agendas externas. A autonomia também permite que os sindicatos desenvolvam estratégias de luta e organização que sejam mais eficazes e adaptadas às necessidades específicas de suas bases. A intervenção estatal ou patronal nos assuntos sindicais tende a enfraquecer a representatividade e a eficácia dos sindicatos, minando sua legitimidade e capacidade de mobilização.
Historicamente, a luta pela liberdade e autonomia sindical tem sido uma constante nos movimentos operários em todo o mundo. A resistência a ditaduras e regimes autoritários, que frequentemente reprimem a atividade sindical, é um exemplo claro dessa luta. No Brasil, por exemplo, o movimento sindical enfrentou grandes desafios durante o período da ditadura militar (1964-1985), quando muitos sindicatos foram colocados sob intervenção estatal. A redemocratização trouxe um renovado impulso para a autonomia sindical, mas a luta continua, especialmente diante de uma maior ofensiva do capital que busca enfraquecer as organizações de trabalhadores. Portanto, a defesa contínua da liberdade e autonomia indical é vital ampliar a força da classe trabalhadora e com isso exercer plenamente seus direitos e influenciar os rumos da economia e da política.
A luta é educativa e transformadora, pois é através dela que trabalhadores e trabalhadoras ganham consciência de classe e criam uma nova compreensão do mundo.
A Intersindical tem, portanto, a luta, a ação direita da classe, como princípio fundamental de sua atuação. Acreditamos que toda negociação deve ser precedida por uma ação envolvendo a base sindical, pois este é um método que cria consciência de que nenhum direito ou conquista vem sem luta e esforço. A negociação é uma parte da luta e não substitui as assembleias, paralisações, greves e atos. Os melhores acordos coletivos são aqueles em que a classe se movimenta.
A Intersindical atua criando consensos progressivos e construindo posições unitárias através da democracia interna, sem imposições ou burocracias.
A Intersindical é uma central que atua criando consensos progressivos e construindo posições unitárias sobre a sua atuação política. Não há imposições ou formas burocráticas de manipular o debate, pois a melhor posição é aquela em que todos/as são responsáveis por sua formulação e execução, e isso não se alcança sem democracia interna.
Da mesma forma, a relação com as entidades filiadas segue o mesmo princípio, buscar a unidade e o envolvimento da base sindical mas sempre respeitando as decisões dos fóruns das entidades. A busca por unidade é um processo de construção de políticas comuns e convencimento dos sindicatos sobre o que deve ser feito, nunca uma ordem imposta.
A solidariedade entre trabalhadores, em âmbito local, nacional e internacional, é essencial para conquistar direitos e transformar a realidade. A Intersindical promove a cooperação entre sindicatos para enfrentar desafios comuns, combater a exploração e promover a dignidade no trabalho, conectando lutas globais e criando uma rede de apoio e resistência.
Os sindicatos e movimentos devem se apoiar mutuamente, pois nenhuma entidade sozinha é capaz de conquistar direitos e transformar a realidade. A emancipação dos trabalhadores e trabalhadoras é uma tarefa conjunta e depende da solidariedade de classe. Este princípio baseia-se na ideia de que a união e a cooperação entre trabalhadores são fundamentais para enfrentar desafios comuns, combater a exploração e promover a dignidade no trabalho. A solidariedade não apenas une os trabalhadores em um contexto imediato, mas também conecta lutas e reivindicações em um âmbito global, criando uma rede de apoio e resistência que fortalece a organização da classe.
No âmbito nacional, a solidariedade assume uma dimensão mais ampla, onde sindicatos e organizações populares colaboram para influenciar políticas públicas e legislações que beneficiem a classe trabalhadora como um todo. Entidades como a Intersindical permitem que os trabalhadores consolidem forças, compartilhem estratégias e coordenem ações em defesa de direitos comuns. Um exemplo disso é a atuação da nossa central na mobilização de trabalhadores em atos nacionais contra as reformas trabalhistas e da previdência e a terceirização irrestrita.
A Intersindical compreende que as lutas nacionais e internacionais são formas de resistência necessárias frente aos patrões, que também se organizam mundialmente. Boa parte das empresas hoje atuam em diferentes regiões do país e do mundo, o capital está internacionalizado; portanto, devemos atuar para que as lutas saiam do isolamento e ganhem força a partir da coordenação de iniciativas de solidariedade ativa.
Internacionalmente, a solidariedade entre trabalhadores é crucial para enfrentar as práticas de exploração globalizadas e as políticas econômicas que afetam trabalhadores em diferentes países. Por essa razão a Intersindical é filiada à Federação Sindical Mundial (FSM), uma entidade que promove a cooperação entre sindicatos de diversos países, defendendo normas laborais internacionais, direitos humanos e a autodeterminação dos povos. A solidariedade internacional é frequentemente demonstrada através de campanhas globais contra o imperialismo, contra empresas multinacionais que violam direitos trabalhistas e apoio a trabalhadores e trabalhadoras em luta em diferentes países.
A luta anticapitalista deve ser uma luta antiimperialista e apoiar a resistência de todos os povos oprimidos. Destacamos assim a luta em defesa do povo palestino, cubano, latino-americano e africano, que desde o Sul Global, enfrentam as piores práticas imperiais e as consequências mais perversas do capitalismo globalizado.
Sindicatos fortes são essenciais para assegurar melhores condições de trabalho, salários dignos e a proteção de direitos trabalhistas. É crucial valorizar as negociações coletivas e defender a autonomia sindical na escolha de sua organização e financiamento e com isso possibilitar o aumento da taxa de sindicalização e o grau de participação da base nas lutas. Por outro lado, quanto mais fracos os sindicatos, mas débil será a democracia. A luta democrática inclui combater práticas antissindicais nos locais de trabalho, nos legislativos, no judiciário e nos governos. Não há democracia, nem direitos, sem sindicatos fortes.
Porém, existem desafios internos a serem enfrentados. O movimento sindical precisa se atualizar e considerar a diversidade da classe trabalhadora, construindo formas de incluir pautas de parcelas da população politicamente esorganizadas. Isso implica em articular a pauta do trabalho às questões étnico-raciais, juventude, LGBTQIA+, mulheres, pessoas com deficiência, etc. Da mesma forma, a maior parte dos movimentos populares - como, por exemplo, a luta por moradia, terra, mobilidade, direitos humanos, combate ao racismo, etc. - tem pelo menos uma dimensão relacionada à exploração da força de trabalho e, portanto, é parte do movimento sindical, independente do tipo de organização que assuma.
A questão do trabalho é transversal a todas as lutas, porque todas as condições, identidades e necessidades encontram no tema do trabalho e da exploração do trabalho um elo de ligação. É papel do sindicalismo, e a Intersindical assumiu esse compromisso, é atuar pela convergência das diferentes resistências, transformando o movimento da classe trabalhadora em um espaço de unidade e luta.
O trabalho autônomo, predominante na classe trabalhadora brasileira, é marcado pela precarização e falta de cobertura legal. Muitos trabalhadores estão na informalidade ou são vítimas da pejotização, disfarçada como “empreendedorismo”. Defendemos a regulamentação do trabalho autônomo, garantindo direitos laborais e previdenciários. Além disso, apoiamos o fomento da economia solidária e a criação de políticas públicas que atendam às necessidades desses(as) trabalhadores(as).
As categorias profissionais tradicionais estão em declínio, enquanto o trabalho terceirizado cresce em diversos setores, frequentemente com menos direitos e salários inferiores. A Intersindical luta para que os(as) trabalhadores(as) terceirizados(as) possam se organizar em sindicatos combativos e tenham os mesmos direitos de trabalhadores(as) da categoria preponderante. Defendemos que os trabalhadores terceirizados tenham acesso a salários justos, condições de trabalho dignas, proteção contra demissões arbitrárias e benefícios sociais equivalentes. Não admitimos a existência de trabalhadores de segunda classe e atuamos na promoção da solidariedade entre todos os trabalhadores, independente da situação contratual.
A regulamentação do trabalho por aplicativo é fundamental para garantir direitos básicos e condições dignas aos trabalhadores dessa modalidade. Atualmente, muitos profissionais que atuam em plataformas de transporte, entrega e outros serviços enfrentam jornadas extenuantes, baixa remuneração e falta de proteção social, como seguro de saúde e aposentadoria. A regulamentação deve assegurar direitos trabalhistas fundamentais, como salário mínimo, limites de jornada, descanso semanal e proteção contra desligamento arbitrário. Além disso, promove um equilíbrio no mercado de trabalho, evitando a super-exploração e garantindo que todos os trabalhadores, independentemente do setor, tenham acesso a um padrão mínimo de segurança e bem-estar. A regulamentação é essencial para adaptar as leis trabalhistas às novas formas de trabalho geradas pela economia digital, protegendo milhões de trabalhadores
A promoção de direitos para as mulheres trabalhadoras e o fortalecimento de sua participação no movimento sindical são essenciais para alcançar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho e na sociedade. As mulheres ainda enfrentam desafios significativos, como a desigualdade salarial, a falta de oportunidades de liderança e a precarização do trabalho. É crucial implementar políticas que garantam igualdade salarial, licença-maternidade adequada, e proteção contra assédio sexual e moral e todas as formas de discriminação. Temos ainda o desafio de implantar uma agenda sindical feministas de combater a todas as formas de violência contra as mulheres, em especial enfrentamento ao feminicídio. Além disso, incentivar a participação ativa das mulheres nos sindicatos fortalece a representação de suas demandas e contribui para a construção de um movimento sindical mais inclusivo, humanizado e diversificado. Sindicatos comprometidos com a equidade de gênero promovem a formação de lideranças femininas, assegurando que as vozes das mulheres sejam ouvidas e respeitadas em todas as instâncias decisórias.
A Reforma Agrária e a agroecologia são fundamentais para garantir a produção de trabalho digno no campo, alimentos saudáveis, preservação da biodiversidade e do meio ambiente. A agroecologia é uma alternativa de enfrentamento às trágicas causas das mudanças climáticas; para além da produção de alimentos, precisamos de uma transição produtiva que coloque a vida em primeiro lugar. Os sindicatos de trabalhadores rurais (STRs) e os assentamentos de reforma agrária desempenham um papel crucial nesse processo, promovendo o acesso à terra e o uso sustentável dos recursos naturais. A reforma agrária permite a redistribuição de terras improdutivas para agricultores familiares, estimulando a produção local de alimentos e reduzindo a dependência de grandes latifúndios e monoculturas, além disso contribui para a justiça social no campo. A agroecologia, por sua vez, integra práticas agrícolas que respeitam os ciclos naturais, o trabalho humano e a biodiversidade, contribuindo para a saúde humana, do solo e dos ecossistemas. Os sindicatos de trabalhadores rurais fortalecem a segurança alimentar, promovem a justiça social e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Além de procurar garantir o pleno emprego, conforme determina o Artigo 170, VIII da Constituição Federal, é necessário implementar uma política de Estado que promova a melhoria da qualidade dos empregos no Brasil, essencial para o desenvolvimento econômico sustentável e o bem-estar dos trabalhadores. Questões fundamentais, como salários justos, jornadas de trabalho adequadas e a integração da tecnologia para aumentar a produtividade, precisam ser abordadas de forma integrada. A incorporação da tecnologia não deve ser um instrumento de precarização e maior exploração do trabalho, mas sim uma forma de melhorar as capacidades técnicas e aumentar o bem-estar dos trabalhadores. Gerar melhores postos de trabalho é uma condição indispensável para o crescimento econômico sustentável e socialmente comprometido com as demandas populares. Nesse sentido, a demanda pela reindustrialização do país deve considerar o incentivo à educação pública, investimento em pesquisa, tecnologia e inovação com vistas a elevar o padrão de vida de quem trabalha.
No Brasil, o serviço público é essencial para garantir direitos fundamentais, e não há política social sem servidoras e servidores públicos. Desta forma, sua valorização é fundamental para assegurar a implementação de políticas públicas e o bem-estar social para a população. É necessário a valorização salarial, realização de concursos públicos com abertura de novas vagas, reestruturação de carreiras, capacitação e formação, combate às práticas antissindicais, regulamentação do direito de greve e garantia de benefícios e condições de trabalho dignas. Reconhecer e valorizar o trabalho dos servidores públicos é um passo crucial para construir uma administração pública eficiente, transparente e capaz de atender as necessidades da população com excelência.
A reindustrialização do Brasil é essencial para promover um desenvolvimento econômico em novas bases, orientado para responder as demandas sociais e para a preservação e recuperação do meio ambiente. A modernização e diversificação da indústria é a forma de gerar empregos de melhor qualidade, impulsionando a inovação e aumentando a competitividade do país no mercado global. Além disso, a reindustrialização deve ser orientada por princípios de sustentabilidade, integrando tecnologias verdes e práticas produtivas que minimizem impactos ambientais, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e a biodiversidade.
Neste sentido, é fundamental a reindustrialização seja orientada para:
1) a criação de uma cadeia agroindustrial sustentável, que garanta a segurança alimentar e a democratização do acesso a terra;
2) fortalecimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde e fortalecimento do SUS; públicas e o bem-estar social para a população. É necessário a valorização salarial, realização de concursos públicos com abertura de novas vagas, reestruturação de carreiras, capacitação e formação, combate às práticas antissindicais, regulamentação do direito de greve e garantia de benefícios e condições de trabalho dignas. Reconhecer e valorizar o trabalho dos servidores públicos é um passo crucial para construir uma administração pública eficiente, transparente e capaz de atender as necessidades da população com excelência.
3) melhorar a vida nas cidades com o investimento na infraestrutura urbana (saneamento, habitação, mobilidade);
4) Atualização industrial brasileira com base na digitalização, aumento da produtividade, descarbonização, transição energética e soberania nacional; e
5) fortalecimento e articulação das empresas públicas à política industrial.
O desenvolvimento econômico equitativo garante que os benefícios do crescimento sejam distribuídos em benefício do povo, melhorando a qualidade de vida, bem-estar da população e a geração de empregos formais e de qualidade. Promover um ambiente onde a indústria se alinha às necessidades sociais, ambientais e da classe trabalhadora é crucial para construir um futuro mais resiliente e próspero para todos os brasileiros e brasileiras.
O setor financeiro deve ser instrumento da produção e distribuição de riqueza e não estar a serviço da acumulação privada dos banqueiros. É necessário estatização do sistema financeiro com controle social, permitindo que o crédito exerça seu papel estratégico no financiamento do desenvolvimento e na distribuição de renda.
Imediatamente, é preciso garantir a redução da taxa Selic. Juros baixos desempenham um papel crucial no aumento da produção real e na redução da especulação financeira, promovendo um desenvolvimento econômico mais equilibrado e sustentável. Taxas de juros menores incentivam o investimento produtivo, pois as empresas encontram condições mais favoráveis para financiar projetos de expansão, inovação e modernização, o que gera emprego e renda. Além disso, o acesso facilitado ao crédito permite que os trabalhadores aumentem seu poder de compra, estimulando a demanda e, consequentemente, a produção. A redução da especulação financeira é outro benefício significativo, pois taxas de juros mais baixas desestimulam investimentos puramente especulativos em mercados financeiros, direcionando recursos para setores produtivos da economia.
Nesse contexto, os bancos públicos desempenham um papel fundamental ao oferecerem condições de financiamento mais acessíveis e apoiarem políticas públicas voltadas para o desenvolvimento socioeconômico. Instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são essenciais para implementar essas estratégias, garantindo que o crédito barato chegue a todos os segmentos da sociedade e impulsione um crescimento com redução das desigualdades sociais, inclusivo e sustentável.
A defesa da democracia e a luta contra o fascismo e a extrema-direita são missões essenciais do movimento sindical, que historicamente tem sido um bastião de resistência e promoção dos direitos e garantias fundamentais, entre elas as liberdades políticas e civis. Essa luta, longe de ser uma página virada da nossa história, é hoje uma necessidade urgente diante da ascensão dos partidos e lideranças de extrema-direita em todo o mundo, que ameaça a democracia e as conquistas políticas, civis e laborais da classe trabalhadora.
O regime democrático permitiu conquistas históricas para a classe como a liberdade de organização, direito de greve, participação dos sindicatos na elaboração de projetos e políticas que vão de encontro com as necessidades de quem vive do próprio trabalho. Sem a democracia, as organizações de trabalhadores e trabalhadoras teriam um cenário muito mais difícil para atuar, pois a liberdade de organização é a primeira a ser retirada da classe trabalhadora em um regime autoritário. Sem organização, quem trabalha fica sem instrumentos para proteger-se contra abusos e a exploração sem limites.
A Intersindical defende a unidade entre movimentos sindicais, populares e organizações da sociedade civil através de uma frente democrática ampla, congregando o máximo de força contra as ameaças autoritárias da extrema-direita Nesse contexto, a solidariedade internacional e a cooperação entre sindicatos de diferentes países são cruciais para enfrentar a ascensão do autoritarismo globalmente e promover um futuro baseado na paz, soberania, igualdade e democracia.
A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, conforme estabelecido em seu Estatuto, é uma entidade associativa e pessoa jurídica de direito privado, composta por confederações, federações, sindicatos, oposições e minorias sindicais, além de associações de trabalhadores e movimentos populares. A central é organizada em diversas instâncias deliberativas e administrativas, cada uma com atribuições específicas que garantem seu funcionamento democrático e representativo.
O Congresso Nacional é o órgão máximo de deliberação da Intersindical, realizado a cada três anos. O congresso pode ser convocado pela Direção Nacional ou por um quinto dos associados, com prazo mínimo de 30 dias de antecedência. Durante o Congresso, são definidas as diretrizes e políticas da Intersindical, além de eleger os membros da Direção Nacional, da Diretoria Executiva Nacional e do Conselho Fiscal.
É assegurada a participação de pelo menos um delegado ao congresso por entidade filiada que esteja em dia com as contribuições financeiras com a central. Os delegados e delegadas são escolhidos/as em assembleias e plenárias nas entidades de base, com critérios estabelecidos pelo regimento interno do congresso elaborado pela Direção Nacional.
As chapas inscritas devem respeitar a cota mínima de 30% de membros para cada gênero, sendo garantida a proporcionalidade direta e qualificada dos votos obtidos pelas chapas na composição da Direção Nacional, da Diretoria Executiva Nacional e do Conselho Fiscal.
A Direção Nacional é responsável por coordenar e implementar as políticas e decisões aprovadas no Congresso Nacional, bem como as ações decorrentes de seus planos de lutas conjunturais. Suas reuniões podem ocorrer de forma presencial, híbrida ou remota, conforme necessidade. Entre suas atribuições estão a formulação de políticas para diversos setores, atividades e tarefas gerais da Central.
A Diretoria Executiva Nacional, composta por membros eleitos no Congresso Nacional, é responsável pela execução das políticas e decisões da Intersindical no dia a dia. Conforme o Artigo 15, a Diretoria Executiva Nacional “executa as políticas aprovadas pela Direção Nacional e pelo Congresso, organiza os serviços administrativos e coordena as diversas secretarias”, cada uma delas com funções específicas. Cada secretaria desenvolve estudos, projetos e ações voltadas para suas respectivas áreas, promovendo a defesa de direitos e organização dos trabalhadores e trabalhadoras.
O Conselho Fiscal é responsável pela supervisão financeira da Intersindical, assegurando a transparência e a correta aplicação dos recursos da central. Este conselho se reúne para avaliar as contas e a gestão financeira da entidade.
A Intersindical também está organizada em nível estadual e regional, com suas próprias direções e instâncias deliberativas. As Direções Estaduais e Regionais são responsáveis por implementar as políticas e planos de luta definidos pelas instâncias nacionais em seus respectivos âmbitos. Estes órgãos garantem a presença e atuação da Intersindical em todo o território nacional, promovendo a articulação entre as entidades filiadas e coordenando ações locais e regionais.
DIREITOS
• Participar das atividades e instâncias organizativas e deliberativas.
• Receber regularmente informações sobre as decisões e atividades da Intersindical.
• Ter assegurado amplo direito de defesa e de recurso às instâncias superiores.
DEVERES
• Cumprir e fazer cumprir o estatuto.
• Acatar e encaminhar as decisões do Congresso Nacional e da Direção Nacional.
• Manter-se em dia com as obrigações financeiras.
Conforme o Artigo 8º, a Intersindical é financiada por contribuições das entidades associadas, receitas provenientes de bens, doações e concessões, vendas de publicações, taxas de seminários e congressos, e subvenções e projetos de entidades nacionais e estrangeiras. As entidades associadas contribuem mensalmente com 4% da sua arrecadação, e os recursos são distribuídos entre a organização nacional e estadual.
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A organização e funcionamento da Intersindical são estruturados de forma a garantir a representatividade, democracia e força na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
A Intersindical é uma central diferente, pois aceita a filiação de diferentes formas de organização da classe trabalhadora, desde que estejam de acordo com a concepção sindical apresentada neste documento e com o estatuto da central. Podem se filiar à Intersindical:
• Sindicatos e associações de trabalhadores;
• Oposições sindicais;
• Minorias sindicais;
• Movimentos populares.
Filie-se à Intersindical e junte-se a uma rede nacional de sindicatos e movimentos que lutam incansavelmente pela defesa dos direitos dos trabalhadores. A filiação à Intersindical oferece inúmeros benefícios que fortalecerão a capacidade do seu sindicato de promover a luta e conquistar vitórias.
Ao filiar-se a Intersindical, além de se somar a uma central - classista, combativa, coerente e autônoma - o sindicato ou movimento popular se fortalece e cria melhores condições de atuação e luta. Aqui estão algumas outras razões para se filiar:
Com a filiação à Intersindical seu sindicato ou movimento não estará mais isolado, ele ganha uma rede nacional de apoio e parcerias, fortalecendo a capacidade de ação. A central coordena esforços de diferentes setores e categorias profissionais, articulando sindicatos do mesmo ramo em torno de lutas comuns. A unidade propiciada pela central aumenta o poder de pressão da sua entidade nas suas lutas, como greves, campanhas salariais, negociações coletivas e muito mais.
Com a filiação, seu sindicato terá maior influência nas esferas política e legislativa. A Intersindical atua junto ao Congresso Nacional e Governo Federal, influenciando políticas públicas em benefício dos trabalhadores. A central monitora projetos de lei em tramitação, fornecendo informações detalhadas às entidades filiadas. Esta ação é crucial na promoção de políticas que beneficiam a classe trabalhadora e tem sido uma referência para o movimento sindical brasileiro.
Na era da Internet e das redes sociais, a comunicação tornou-se um trunfo para sindicatos e movimentos. No entanto, poucas entidades exploram adequadamente as possibilidades da era digital. Ao se filiar à Intersindical, sua entidade terá suporte para criar uma estratégia de comunicação profissional, baseada nas melhores práticas de comunicação da atualidade.
Na era da Internet e das redes sociais, a comunicação tornou-se um trunfo para sindicatos e movimentos. No entanto, poucas entidades exploram adequadamente as possibilidades da era digital. Ao se filiar à Intersindical, sua entidade terá suporte para criar uma estratégia de comunicação profissional, baseada nas melhores práticas de comunicação da atualidade.
Ao se filiar à Intersindical, sua diretoria terá o suporte necessário para aperfeiçoar a condução da entidade, economizando tempo e recursos e melhorando sua atuação. A Intersindical oferece orientação e assessoria política às diretorias dos sindicatos e movimentos filiados, garantindo suporte na análise de conjuntura, planejamento estratégico, gestão sindical, campanhas de sindicalização e muito mais. Esse apoio especializado permite que as entidades filiadas desenvolvam estratégias eficazes e bem informadas, fortalecendo sua atuação e capacidade de resposta às demandas dos trabalhadores.
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A filiação à Intersindical oferece inúmeras vantagens que fortalecem a capacidade dos sindicatos e movimentos para defender os direitos dos trabalhadores, promover a unidade e solidariedade, formar lideranças, influenciar políticas públicas e obter suporte na gestão da entidade, bem como nos momentos de crise e nas lutas mais acirradas. A experiência da Intersindical demonstra como a filiação amplifica a voz e o poder das entidades filiadas, tornando-as mais capazes na conquista de suas reivindicações e no fortalecimento do movimento sindical como um todo. Estes benefícios ressaltam a importância da unidade e cooperação dentro de uma central sindical comprometida com os interesses da classe trabalhadora.