O julgamento do habeas corpus (HC) preventivo apresentado pela defesa do ex-presidente Lula foi adiado para o dia 4 de abril, quando deve acontecer a primeira sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) após o feriado da Páscoa.
Na decisão de ontem, a corte concedeu liminar que impede a prisão do presidente Lula antes do julgamento do HC. Isso tem importância na medida em que o TRF4 de Porto Alegre mantém para a próxima semana o julgamento de recursos da defesa e, como ficou demonstrada no julgamento de 24 de janeiro, aquela instância esbanjou da seletividade que caracteriza a condução do judiciário brasileiro.
Enquanto esse judiciário seletivo e controlado pela “casa-grande” preserva as forças conservadoras que por quinhentos anos se apropriam das riquezas do país – legal ou ilegalmente (basta ver o tratamento dispensado às denúncias contra Aécio Neves, Temer, Perrela, Alckmin e o condomínio em torno do PSDB e da direita) – submete toda a “investigação” e julgamento ao calendário eleitoral para impedir o direito legítimo e democrático de Lula ser candidato.
“A Intersindical nunca apoiou os governos presididos pelo PT e nos mobilizamos, juntamente com outros setores, sempre que esses governos adotaram medidas regressivas. Porém, não podemos nos omitir diante do comportamento partidarizado do judiciário. Nosso apoio ao direito de Lula ser candidato – direito dele, de seu partido e dos milhões que nele querem votar – não significa uma declaração de voto, mas uma posição que deve ser adotada por todas as organizações que se colocam no campo da democracia e da defesa do que é justo e correto, independente das preferencias partidárias ou eleitorais”, conclui Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical.
Foto: Carlos Moura/SCO/STF
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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