Em greve desde o dia 13 de março de 2015, os funcionários da cidade de São Bernardo do Campo estão dando uma grande demonstração de união, organização e determinação naquilo que pleiteiam. O prefeito da cidade é um experiente sindicalista, já foi presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, presidente da Central Única dos Trabalhadores e ministro do trabalho no governo Lula. Reeleito para o segundo mandato de prefeito na cidade, Luiz Marinho PT precisa colocar em prática pelo menos uma pequena parcela do que aprendeu como sindicalista.
A deflagração de uma greve significa o esgotamento das negociações entre governo e seus representantes, porém, a pauta de reivindicação não poderá ser desconsiderada por nenhuma das partes.
Certamente o prefeito subestimou a capacidade de reação dos servidores cansados pelo descaso administrativo, atingidos pela crise econômica que o país vivencia, numa conjuntura profundamente hostil a classe trabalhadora.
Sem a efetiva abertura de negociação, os servidores aos milhares marcham pelas principais ruas da cidade, repetem o “simbólico abraço ao paço” e parte dos servidores acamparam na câmara municipal numa tentativa deliberada de abertura das negociações.
Insensíveis aos reclamos dos servidores, a câmara está cercada pelo aparato repressor a serviço dos poderes, impedindo os munícipes de adentrarem a tão propalada “casa do povo”.
É profundamente lamentável que na “casa do povo” se pratique uma espécie de “cárcere privado” com servidores e contribuintes do município. Se o acesso fosse democrático, todos poderiam entrar e sair livremente e talvez a própria ocupação não se fizesse necessária.
Os servidores que estão acampados e isolados no poder legislativo apenas exigem o diálogo, respeito, valorização profissional e atendimento a pauta de reivindicação, fartamente conhecida dos vereadores e do prefeito da cidade.
Em 1993 os professores do Estado ficaram nove dias acampados dentro da Assembleia legislativa do Estado de São Paulo, numa greve duríssima. Cortaram a água, a luz e o telefone, mas mesmo assim, a solidariedade de classe nunca esteve ausente. Força, coragem, garra e determinação, pois essa ocupação juntamente com a força do movimento fará o prefeito recuar, receber os representantes a atender a pauta de reivindicação pleiteada.
Sempre temos orgulho dos lutadores que resistem, lutam e constroem um mundo novo com justiça e igualdade social.
Solicitamos aos movimentos organizados que se manifestem em apoio a essa importante ocupação que está acontecendo no poder legislativo de São Bernardo do Campo. A vitória pertence à classe trabalhadora!
Ousar lutar, ousar vencer sempre!
__________________
*Aldo Santos – Membro da Executiva da APEOESP de SBCampo, Presidente da APROFFESP/APROFFIB e membro da Executiva Nacional da INTERSINDICAL.
Tópicos relacionados
Comentários