Um indígena Kaingang, um Guarani e um Terena foram detidos no final da manhã desta quarta (18), em frente à Câmara dos Deputados, em Brasília. Ambos integravam o grupo de cerca de 100 indígenas que foram impedidos de entrar na audiência organizada pela bancada ruralista para discutir o que eles chamaram de “agricultura indígena”.
Com a audiência, a bancada ruralista pretendia legitimar a proposta de legalização do arrendamento de terras indígenas, permitindo a exploração privada de terras indígenas e o avanço do agronegócio sobre esses territórios.
O grupo barrado buscava manifestar sua posição contrária ao arrendamento e em defesa de suas terras, mas foi impedido de entrar – os ruralistas disponibilizaram senhas de acesso apenas para apoiadores da proposta. Ao tentarem ingressar no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, foram atacados com muitas bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral e spray de pimenta.
Inicialmente, o indígena do povo Guarani foi detido pela Polícia Militar, mas a seguir foi entregue para o Departamento de Polícia Legislativa, onde também se encontra detido o indígena Terena.
O indígena Kaingang foi detido no Departamento Médico da Câmara dos Deputados, quando buscava atendimento para sua filha, uma criança que passou mal por causa do gás lacrimogênio.
Convocada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, a audiência pública organizada pelos ruralistas foi deslegitimada pela Associação Terra Indígena do Xingu (Atix), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e o Instituto Raoni.
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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